O Dia Nacional da Consciência Negra (20 de Novembro) foi marcado, em Salvador, por uma série de mobilizações da sociedade civil, com participação e apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). As atividades tiveram a participação de diversos ativistas do movimento negro, artistas e representantes de instituições que atuam na área da promoção da igualdade racial. A data resgata a memória de Zumbi dos Palmares, líder quilombola falecido em 1695, referência da luta racial no Brasil.
No bairro da Liberdade, no início da tarde de segunda-feira (20), as cores e tambores dos blocos afro abriram a tradicional Caminhada da Liberdade. “Esta é uma data muito importante para celebrar Zumbi dos Palmares. A caminhada se tornou uma grande manifestação em homenagem ao nosso líder. É uma ação muito gratificante, que precisa ser ainda mais fortalecida”, afirmou Antônio Carlos dos Santos, o Vovô do Ilê, do Fórum de Entidades Negras.
Durante todo o trajeto, das janelas, sacadas e das ruas, o povo cantava a mensagem pela reparação e igualdade plena. “Devemos lutar o ano todo pelos nossos direitos. Somos descendentes de um povo escravizado, que viraram heróis, reis e rainhas. Temos que celebrar o ano todo, num grande viva a Zumbi dos Palmares”, destacou a estudante Rosa Amélia Brito, cantando e dançando ao som da percussão.
“Esta caminhada representa a resistência e o resgate da autoestima do povo negro, que luta todos os dias e marca vitórias. Para orgulho do Governo do Estado, em 2017, o ato destaca os 10 anos das políticas de promoção da igualdade racial construídas na Bahia. Também faz uma homenagem aos 30 anos do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), uma referência para construção de políticas antirracistas e contra a intolerância religiosa”, disse a secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis.
Outra mobilização que ocupou as ruas da cidade foi a Marcha da Consciência Negra, do Campo Grande em direção à Praça da Sé, destacando lutas contemporâneas pela justiça social. “Não desistimos jamais da luta. Homenageamos Carlos Mariguella, um grande negro revolucionário que enfrentou a ditadura militar. Um homem determinado que deixou um exemplo a seguir no enfrentamento às opressões”, afirmou o representante da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Gilberto Leal.
Ao longo do dia, a programação envolveu diversos setores da sociedade. Na Praça da Sé/Centro Histórico de Salvador, a tradicional lavagem da estátua de Zumbi dos Palmares fortaleceu os marcos simbólicos de reconhecimento aos ancestrais e fortaleceu o debate entre sociedade civil e instituições governamentais. O ato político foi promovido pela União de Negros pela Igualdade (Unegro) e organizações parceiras.
A programação do 20 de novembro culminou num ato da Convergência Negra, no Terreiro de Jesus, reunindo entidades civis da luta antirracista, com falas públicas e atividades culturais. O conjunto de eventos contou com apoio da Sepromi, além das secretarias estaduais de Turismo (Setur), de Cultura (Secult), do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e de Comunicação Social (Secom).
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