Isenção de impostos, posição geográfica estratégica e uma população disposta para trabalhar. O município de Feira de Santana, a 108 quilômetros de Salvador, pode não ser lá essas coisas como destino turístico, mas tem seus encantos para os empresários.
“Feira de Santana é incrível, eu assino protocolo de intenções de empresas querendo se instalar lá todos os dias”, informa o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia.
Hoje, na microrregião de Feira, 19 indústrias estão em processo de implantação ou ampliação, gerando investimentos da ordem de R$ 650 milhões. Isso fora o que o município já gerou no ano passado. “Em 2013, Feira de Santana recebeu R$ 1 bilhão em investimentos privados, entre ampliações e instalações de novos empreendimentos”, calculou o secretário.
Uma destas novas empresas é a companhia de call center Atento, que ontem oficializou sua rendição à Princesinha do Sertão e anunciou o início das obras de uma nova unidade, no centro da cidade.
Em abril, está prevista a inauguração de um centro de distribuição de O Boticário em São Gonçalo dos Campos, na região metropolitana da cidade. A indústria de placas de gesso Placo Saint-Gobain também está para ser inaugurada, esta no Centro Industrial Subaé, em Feira.
Isso significa que tem mais de 4,7 mil novos empregos vindo por aí. E a cidade sem praias ou belas construções arquitetônicas continua atraindo investidores.
O secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges Junior, conta que acaba de fechar com a espanhola Alfar, que fabrica componentes para ferrovias.
ferrovias Um dos atrativos é a expectativa da construção de duas ferrovias na região, além da posição geográfica estratégica, que facilita o transporte das mercadorias para outros estados.
“Feira é o único lugar no Brasil onde as BRs 101 e 116 se encontram. É um ótimo polo de logística, porque tem a mesma equidistância para Fortaleza, São Paulo e Brasília. Isso você não encontra em Salvador ou Camaçari”, diz Borges.
Outro motivo para o sucesso de Feira perante os investidores nacionais e estrangeiros, segundo o secretário, é a própria falta de vocação para o turismo e o lazer. “Temos uma cultura do trabalho. Ninguém vem para Feira de Santana para passear. Ou vem para trabalhar ou para estudar”, observa. Segundo ele, a grande concentração de faculdades também seria decisiva para garantir mão de obra qualificada.
Entre as vantagens de Feira de Santana apontadas por empresários, está ainda o bom Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município. “É um IDH relativamente bom em relação a outros municípios do país”, destaca o diretor-geral da Atento, Nelson Armbrust. Segundo o último dado, o município registrou índice de 0,712, em uma escala que vai de 0 a 1, sendo o quinto melhor da Bahia.
No caso da Alfar, tudo isso contou: “Consideramos que a cidade está crescendo muito, e que fica numa posição estratégica”, disse o diretor da empresa no Brasil, Víctor Morales. Mas ele deixa escapar que a simpatia por Feira tem mais um motivo. “Teremos benefícios fiscais do município e temos esperança de conseguir também algum benefício do governo do estado”, contou.
O secretário Antônio Carlos não dá muitos detalhes, mas diz que alguns setores têm o ISS e ICMS “diferenciado”, se referindo ao Imposto Sobre Serviços, municipal, e o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, metade estadual e metade municipal.
ICMS
O prefeito de São Gonçalo dos Campos, Antônio Dessa, conhecido como Furão, não esconde os números. “O normal de uma cidade é cobrar 5% de ISS. Nós cobramos 2%, 3% no máximo. A legislação também nos permite abrir mão de nossa parte no ICMS“, conta. Segundo o prefeito, a prática comum do município, no caso deste último imposto, é abrir mão de metade da fatia a que o município teria direito, ou um quarto do total. A diferença é uma boa estratégia de negociação, já que o ICMS representa 17% do faturamento bruto das empresas. “Como é o estado que recolhe o imposto, a gente recebe e depois devolve uma parte para as empresas”, explica Furão. Em contrapartida, é exigido que os empresários garantam a contratação de pelo menos 70% de sua mão de obra entre os moradores da cidade. É assim que ele tem conduzido as negociações com os grupos Inovação, de materiais de construção e Peixoto, de produtos para supermercados, os próximos a integrarem a lista dos investidores na cidade. Em abril, ele inaugura o Centro de Distribuição de O Boticário. O CD foi construído em um terreno de 300 mil metros quadrados e terá, inicialmente, 25 mil metros quadrados de área construída. As informações são do Correio.
ICMS
O prefeito de São Gonçalo dos Campos, Antônio Dessa, conhecido como Furão, não esconde os números. “O normal de uma cidade é cobrar 5% de ISS. Nós cobramos 2%, 3% no máximo. A legislação também nos permite abrir mão de nossa parte no ICMS“, conta. Segundo o prefeito, a prática comum do município, no caso deste último imposto, é abrir mão de metade da fatia a que o município teria direito, ou um quarto do total. A diferença é uma boa estratégia de negociação, já que o ICMS representa 17% do faturamento bruto das empresas. “Como é o estado que recolhe o imposto, a gente recebe e depois devolve uma parte para as empresas”, explica Furão. Em contrapartida, é exigido que os empresários garantam a contratação de pelo menos 70% de sua mão de obra entre os moradores da cidade. É assim que ele tem conduzido as negociações com os grupos Inovação, de materiais de construção e Peixoto, de produtos para supermercados, os próximos a integrarem a lista dos investidores na cidade. Em abril, ele inaugura o Centro de Distribuição de O Boticário. O CD foi construído em um terreno de 300 mil metros quadrados e terá, inicialmente, 25 mil metros quadrados de área construída. As informações são do Correio.
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