terça-feira, 13 de março de 2018

Tempostal abre mostra em vídeo 'Castro Alves: a Praça e o Poeta'

Tempostal Praça Castro Alves

Cadeirinhas de arruar (liteiras) carregando ‘sinhás’ pelas ruas, vendedores, cavalos, carroças, procissões da igreja católica com pedestre se ajoelhando no caminho, automóveis dos anos 1930 até a década de 1960, um dirigível Zepellin sobrevoando a Cidade do Salvador e as suas belas construções do 19 a 20. Essas são algumas das cenas que podem ser vistas nos cartões postais da exposição em vídeo que o Museu Tempostal, localizado no Pelourinho/Centro Histórico de Salvador, abre nesta quarta-feira (14).

 A mostra que ficará aberta para até este sábado, das 10 às 17, sendo o horário da manhã reservado ao agendamento com escolas - “é uma homenagem aos 171 anos de nascimento do poeta baiano Castro Alves para a qual escolhemos postais que mostrassem a praça que leva o seu nome em diversas épocas”, explica a coordenadora do Tempostal, Luzia Ventura.

 Inaugurado em 1997, o Tempostal detém cerca de 40 mil imagens (postais, estampas, fotografias), 30 mil deles da coleção do sergipano Antônio Marcelino (1929–2006). São imagens de grande valor histórico, artístico e documental, utilizadas para mostras permanentes e temporárias, como também por pesquisadores de diversas áreas. É um dos espaços culturais administrados pela Diretoria de Museus (Dimus/Ipac, dimusbahia.wordpress.com), unidade da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), que também é responsável pelo Parque Histórico Castro Alves (PHCA) localizado no município de Cabaceiras do Paraguaçu e instalado na antiga fazenda onde o poeta nasceu. O atendimento para colégios no Tempostal ocorre sempre pela manhã.

 Transformações

 “A mostra traz recorte das transformações que aconteceram na Praça Castro Alves. O traçado original, casas, ruas, monumentos, o Teatro São João, Cine Guarani e o monumento ao poeta, além das construções verticais que mudaram a configuração espacial”, afirma Ventura, enfatizando que a praça ficou conhecida como palco do Carnaval baiano na década de 1970, com o ‘Encontro de trios elétricos’, imortalizada pelo compositor Caetano Veloso com sua canção ‘Um Frevo Novo’: "A Praça Castro Alves é do povo Como o céu é do avião", parafraseando Castro Alves, que recitara no poema ‘O Povo ao Poder’ - "A praça! A praça é do povo/Como o céu é do condor”.

 A Praça Castro Alves encontra-se no local marcado a partir da Porta de Santa Luzia, que era o acesso Sul à cidade no século 16, na Rua Direita do Palácio, atual Rua Chile. Posteriormente, o espaço é conhecido também como Portas de São Bento pela proximidade com o Mosteiro de São Bento, instalado na próxima Colina, hoje Avenida Sete de Setembro. Com a construção do Teatro São João, em 1812, esse espaço entre as duas elevações passou a ser chamado de Praça de São Bento e, depois, Largo do Theatro.

 Em 1881, o Largo tornou-se a Praça do Poeta, dez anos após sua morte. O monumento a Castro Alves foi inaugurado em 6 de julho de 1923, meses depois do incêndio que destruiu o Theatro. O monumento foi contratado, em 1919, com escultor italiano Pasquale De Chirico (1873-1943). A estátua, em bronze, tem 2,9 metros de altura e o monumento tem altura total de 11 metros. Em 1971, os restos mortais do Poeta foram transferidos para uma cripta construída na base do monumento.

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