domingo, 20 de setembro de 2009

Conversa de Domingo

A Ordem do Mérito da Cidade de São Paulo foi criada por Borba Gato (?), quando o Império ainda existia e as ordens disseminavam-se entre os brutos e fanáticos daquele tempo. Era a maneira de se sentir próximo da suntuosidade da Corte Portuguesa. Feira é a São Paulo nordestina mas não chegamos a tanto. A Ordem daqui foi criada após a deposição de Chico Pinto pelo militares que reencarnaram o Poder Moderador no país, em 1964. Mas por aqui o capitão Arlindo, saudoso pracinha ex-combatente e o próprio oficial Capelão do 35º Batalhão de Infantaria não gostavam desse bolodoro aviadado e heráldico. Resultado, Joselito Amorim oficializou a tal Ordem, como interventor do Municipío, mas não deu seguimento às patacoadas de nomeação e unção de membros em solenidades imperiais. Em 2005, eis que um monarquista balofo seguidor de Dom João VI, sentindo-se oficial das armas do Brasão e Escudo feirenses, resgatou a Ordem das traças do esquecimento para alimentar a vaidade provinciana do Reizinho do Pilão. E até hoje ela está aí como uma “contribuição inestimável” à auto estima da Feira. Esse ano, apenas uma diferença visível: o Prefeito do Município não vestiu o saiote de veludo carmesim, com três flores-de-lis de ouro na frente e atrás como manda o ritual que o monarquista balofo foi buscar nos maçantes e empoeirados compêndios sobre a heráldica maçônica e monárquica. Afora isso repetiu a dose de babaquice elitista sem futuro e ridícula do antecessor. Se o problema é elitizar, glamourizar, homenagear, existem muitas formas modernas e elegantes de serem feitas, porque essa é de lascar de besta. (Jânio Rêgo)

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