quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
ELES FORAM ESQUECIDOS
Instituído pelas Nações Unidas, o Dia Mundial de Combate a Hanseníase, (Lepra) é comemorado sempre no último domingo de janeiro. Centenas de pacientes continuam a viver nas antigas colônias, em precárias condições, simplesmente porque não têm para onde ir. Eles foram esquecidos.
OS NÚMEROS são escandalosos, suficientes para envergonhar e revoltar. Na Bahia, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), são registrados cerca de 3 mil novos casos por ano, e no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 42 mil novos casos. Os dados causam ainda maior indignação diante do desprezo das autoridades: o Brasil, é o segundo país do mundo em número de pacientes. Perde apenas para a Índia. Porém, nesse quesito, é preciso considerar que a Índia tem uma população cinco vezes maior do que a nossa.
A DOENÇA com cerca de quatro mil anos de registro no mundo, pode acarretar invalidez severa e permanente se não for combatida a tempo. O bacilo ataca a pele e os nervos, principalmente os dos braços e das pernas. Por isso, a hanseníase aparece na forma de manchas pálidas ou avermelhadas, dores, cãibras, formigamento e dormência nos braços, mãos e pés. Outros sinais são caroços, localizados principalmente nos cotovelos, mãos, face, orelhas e pés.
A TRANSMISSÃO da bactéria se dá pelas vias aéreas ou pelo contanto direto com as lesões na pele. Os remédios, doados pela OMS, são gratuitos – o que torna ainda mais doloroso o vexame diante dos constrangedores números brasileiros sobre a doença. Se o paciente tomar apenas uma dose do tratamento, a bactéria deixa de ser transmissível.
SE UMA PESSOA tiver Hanseníase não precisa abandonar a família e sim, fazer um tratamento regular. O doente precisa, na verdade, é de apoio de seus familiares e compreensão das pessoas que a cercam, pois só assim, ele fará um tratamento confiante. A Hanseníase tem cura, a lepra tem cura e o tratamento é gratuito. Abrace essa causa.
JESUS CRISTO, sempre foi ao encontro dos doentes e dos leprosos e permitiu que estes viessem ao encontro Dele. Não seria então a hora mais propícia para imitá-lo? É certo que, no dia do julgamento final, Ele dirá, segundo consta no Evangelho: “Estive doente e me visitaste”. Que todos possam responder com generosidade a esse convite de Jesus visitando pessoas com Hanseníase e levando-as a procurar um médico ou Posto de Saúde./
+ Itamar Vian/
Arcebispo Metropolitano/
di.vianfs@ig.com.br
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