Um antigo provérbio persa garante: aquele que não é castigado por ter roubado um ovo, roubará um camelo. Também o livro Eclesiástico vai nesta linha: “Aquele que estraga seu filho com mimos, terá de curar-lhe as feridas” (Eclo. 30,7). Nesta Semana da Família é conveniente refletir sobre, como vai, hoje, o relacionamento entre pais e filhos.
A HISTÓRIA da humanidade assemelha-se a uma espiral: ela vai e vem, embora avance sempre. De alguma maneira não conseguimos desmentir a milenar frase do sábio rei Salomão: nada de novo existe debaixo do sol. Esta tese pode ser comprovada pela moda. As roupas – se guardadas – rapidamente entram de novo em moda. Isto vale também para os comportamentos familiares e sociais.
UMA GERAÇÃO de pais rigorosos foi substituída por pais permissivos. E os resultados não foram bons. A superproteção e a permissividade impedem que os jovens amadureçam. E a conseqüência é uma geração violenta e sem saber o rumo que pretende caminhar.
OS JOVENS estão sendo mal orientados. Os pais não estabelecem limites para os filhos, que crescem superprotegidos. Sem haver aprendido que existem limites, os adolescentes se sentem livres para fazer o que bem entendem. E muitas vezes acabam cometendo barbaridades.
MUITOS jovens não têm consciência dos direitos dos outros. A única preocupação deles é com a própria felicidade. Não possuem projeto de vida. O engano mais freqüente dos pais é acreditar que a melhor forma de fazer o filho feliz é deixá-lo agir como bem entender. Não é verdade. Tudo tem limites na família, na comunidade e na própria Igreja.
ONTEM, hoje e sempre, as novas gerações e todas as pessoas precisam saber que há limites e estes limites devem ser observados. Há coisas que devem ser feitas, há coisas que não devem ser feitas, há direitos e deveres, há normas de convivência familiar, social e religiosa. Ontem, hoje e sempre, os pais educadores e responsáveis por instituições precisam aprender que dizer não é também uma prova de amor.
A SAGRADA Família de Nazaré, pela fidelidade com que viveu a missão recebida de Deus, seja modelo inspirador de todas as famílias, para as quais pedimos copiosas bênçãos.
Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano
di.vianfs@ig.com.br
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