Representantes de mais de 100 municípios baianos com maior incidência de zika vírus, dengue e febre chikungunya participaram, na manhã desta quinta-feira (dia 17), de encontro promovido pelo Governo do Estado para traçar estratégias de combate ao mosquito transmissor das doenças, o Aedes aegypti. Reunidos no auditório da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra), no Centro Administrativo da Bahia, os prefeitos receberam do governador Rui Costa e da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) instruções e metas para diminuir os números de casos no interior.
"Essa iniciativa trata de um trabalho de mobilização e comunicação permanente, queremos dar uma ‘arrancada’ em muitas dessas ações. Acreditamos também na importância da educação, com materiais informativos para serem entregues nas escolas, no próximo ano letivo, mas entendemos ainda que não basta o papel impresso, vamos divulgar em nossas redes sociais, pelo celular. Faremos um documento público para autorizar as prefeituras a utilizarem livremente as peças publicitárias que produzirmos. Temos que pensar no futuro, porque estamos falando de vírus que podem passar para as próximas gerações", contou o governador.
Para o titular da Sesab, Fábio Vilas-Boas, esse é um momento muito delicado para a saúde pública não só do Brasil, mas também do mundo, com a evolução dos vírus e dos meios de transmissão, que transformaram as doenças em epidêmicas, a exemplo do zika vírus. "O inseto é um dos maiores perigos à saúde pública do país. Com o passar do tempo, aumentou a quantidade de doenças transmitidas pelo ele e, com outras implicações, como a Síndrome de Guillain-Barré e microcefalia", explicou o secretário em um breve histórico sobre a evolução da incidência de casos dessas doenças na Bahia e no País.
O objetivo desse encontro é a conscientização das prefeituras com relação à importância de se adotar medidas efetivas para conter a proliferação do mosquito e das doenças. Na sequência, a ideia da Sesab é reunir secretários municipais e técnicos de saúde para estabelecer as estratégias e disseminar as ações que o Governo do Estado já vem desenvolvendo, divididas em três frentes: o combate ao mosquito, o atendimento às pessoas que estão com as doenças e outras consequências dessas enfermidades e a promoção do desenvolvimento tecnológico, educação e pesquisa. Além disso, as prefeituras ainda contam com incentivo financeiros a serem aplicados no combate ao vetor e em campanhas publicitárias.
Aos municípios é recomendado que estruturem e reforcem as equipes de combate, mobilizem as comunidades, as secretarias, e intensifiquem ações em espaços públicos. O acesso da população à saúde e acompanhamento, em especial às gestantes e recém-nascidos, é fundamental.
O secretário Fábio Vilas-Boas ainda apresentou um aplicativo para smartphone chamado Caça Mosquito, que ainda será lançado pela Sesab, disponibilizado para sistemas operacionais iOs e Android. No dispositivo, qualquer pessoa será capaz de informar a localização de focos do mosquito. Essa informação automaticamente será georeferenciada pelo GPS do aparelho e atualizará, em tempo real, o Mapa de Crescimento de Focos na Bahia, no qual será possível acompanhar a evolução dos focos do inseto.
Além disso, um jingle para carros de som está disponível no site da Sesab, para as prefeituras fazerem o download e utilizarem em suas cidades. Outras peças publicitárias e vídeos também podem ser baixados e difundidos em redes sociais ou aplicativos de celular.
José Ronaldo, prefeito de Feira de Santana
Incidência na Bahia
Até 1º de dezembro deste ano, foram notificados 63.629 casos suspeitos de zika, 21.741 casos suspeitos de chikungunya e 50.343 casos prováveis de dengue no estado da Bahia. Essa incidência representa um número de 420,65 casos a cada cem mil habitantes somente para a zika, 143,73 casos para chikungunya, e 332,82 para dengue. Somente em relação à dengue, em 2015, os 70.200 casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) representam um aumento de 196,88%, quando comparado ao mesmo período de 2014, com 23.810 casos.
As maiores epidemias recentes de dengue na Bahia ocorreram em 2009 (123.637 casos notifica-dos) e 2013 (83.453 casos notificados). Do total de municípios baianos, 380 (91,12%) notificaram a ocorrência da doença, entre os quais se destacam dez municípios por concentrarem 50,88% dos casos prováveis. A faixa etária mais atingida é a de 18 a 45 anos e, no total de casos notificados, 60,31% são do sexo feminino.
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