segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Catadores têm apoio para recolher materiais recicláveis no Carnaval


Os catadores de Salvador retiram das ruas, todos os meses, toneladas de resíduos para reaproveitamento. Em alguns períodos do ano, como o Carnaval, o trabalho se intensifica. Para isso, os profissionais da reciclagem recebem o apoio do Governo do Estado, por meio do projeto ‘O trabalho decente preserva o meio ambiente’. Durante a folia, as cooperativas são organizadas em duas redes, a ‘Ecofolia Solidária’ e a ‘De catador para catador’, que conseguem atender, juntas, até 1,5 mil catadores.

 O projeto é desenvolvido pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em parceria com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). Na 10ª edição, são investidos R$ 800 mil na distribuição de fardamentos, equipamentos de proteção individual como luvas e botas, além de alimentação para os dias da festa, atendendo tanto os cooperados como catadores avulsos.

 A iniciativa também inclui a montagem das Centrais de Apoio ao Catador, que funcionam como postos de coleta, para recebimento do material. A venda é garantida nas centrais, administradas pelas cooperativas, que compram os resíduos recicláveis - como latas, papelões e garrafas plásticas - a preço de mercado.

 Segundo a coordenadora de Inovação e Fomento da Economia Solidária da Setre, Lívia Borges, o objetivo é valorizar os catadores e fornecer condições dignas de trabalho. “Nós queremos dignificar o profissional, [pois] identificamos que essas pessoas eram marginalizadas durante a festa. Hoje nosso objetivo é que o folião possa identificá-lo como um trabalhador, porque enquanto alguns comemoram, outros estão fazendo daquilo o sustento da família, conseguindo sua renda”, explica a coordenadora.

 Papel social 

 Para os profissionais da Cooperativa de Coleta Seletiva, Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (Camapet), o Carnaval é um período de trabalho intenso, quando eles conseguem, em apenas seis dias, superar a média de 50 toneladas mensais da organização. Segundo a presidente da Camapet, Michele Almeida, receber o apoio do Governo do Estado é fundamental, inclusive para manutenção do trabalho nos circuitos.

 “Já fazemos parte da classificação brasileira de ocupação e precisamos desse reconhecimento. Nós temos orgulho de ser catadores, porque eu tenho consciência de que a minha profissão protege o meio ambiente, mantém minha cidade mais limpa, e ensino a quem eu posso sobre a importância da coleta seletiva. Desempenhamos um papel social importante e prestamos um serviço essencial à cidade, principalmente durante o Carnaval”, afirma Michele.

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