quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Pesquisa estuda impacto da tríplice epidemia na saúde da população feirense


Feira de Santana tem sido fonte para o desenvolvimento de pesquisa com relação a tríplice epidemia – dengue, chikungunya e zika vírus – causada por um arbovírus. Os trabalhos, que foram iniciados em novembro passado no conjunto George Américo, estão concentrados em trinta áreas distribuídas na malha urbana.

 Incluem os bairros Novo Horizonte, Baraúnas, Campo Limpo, Conceição, Parque Ipê, Asa Branca, Irmã Dulce, Sobradinho, além do George Américo, onde foi identificado que mais de 50% dos moradores foram infectados pelo vírus da chikungunya, sendo que destes, 36% tiveram a doença.

 “Esta é uma pesquisa ampla com o objetivo de estudar no tempo (modo longitudinal) o impacto que estas doenças estão causando na saúde da população de Feira. As informações poderão ser úteis para outras cidades que também apresentam a tríplice epidemia”, explica a sanitarista e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Glória Teixeira.

 Ela, que também é membro do Comitê Nacional de Controle da Dengue, veio ao município nesta quinta-feira, 15, acompanhar as informações já coletadas através de entrevistas. Ao recordar as primeiras pesquisas desenvolvidas sobre a chikungunya, a pesquisadora afirma que a entrada de um vírus num país com muitos centros urbanos pode se dar simultaneamente em espaços diferentes.

“Naquela época, ao interpretarmos os dados, analisamos que o genótipo do vírus da chikungunya que chegou a Feira de Santana era diferente do que estava circulando na América e que havia chegado no Oiapoque. Com isso, estamos sob o risco de novos patógenos o tempo inteiro”.

 A sanitarista destaca ainda que a tríplice epidemia começou no Brasil. “Nunca houve situação no mundo de três arbovírus circulando simultaneamente em espaços urbanos. Os primeiros casos foram registrados no Brasil, nas cidades de Recife, Salvador, Camaçari e Feira de Santana”, recorda acrescentando que “não há ainda um mecanismo capaz de impedir a circulação do vetor. Por isso, as vacinas são extremamente necessárias”.

 A pesquisa é um trabalho conjunto entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através da Vigilância Epidemiológica, professores da Universidade Estadual de Feira de Santana e da Ufba. Tem financiamento dos ministérios da Saúde e Educação.

Nenhum comentário: