Estatísticas confiáveis dizem que pelo menos 30% dos brasileiros sofrem de estresse. É mais uma das tantas doenças modernas. Trinta anos atrás, ninguém falava em estresse. Existiam pessoas deprimidas, pessoas que não conseguiam dormir, pessoas nervosas.
AGORA, os sintomas agruparam-se e criaram uma doença, que atinge quase um terço da população. Naturalmente, nem todos os estressados têm o mesmo quadro clínico, ou seja, há diferentes níveis. Mas na última fase, a pessoa precisa ser internada e ter ajuda médica, psicológica e psiquiátrica.
NA REALIDADE o estresse não é uma doença. É o estado do organismo quando submetido a forte pressão. O corpo entra em estado de alerta e sofre reações químicas e físicas. A psicóloga Marilda Lipp esclarece: “Sob tensão pesada, o ser humano rende maravilhosamente durante algum tempo. Depois capota”.
ALGUNS sintomas do estresse: insônia, taquicardia, pesadelos, esquecimentos de coisas corriqueiras, perda de apetite, do senso de humor e da alegria de viver, dificuldade de desligar-se de determinado assunto, ataques de choro... cuidado, você pode estar estressado.
POR VEZES o trabalho é apresentado como culpado. No entanto, o trabalho dificilmente leva ao estresse. O trabalho não mata ninguém, o que mata é a raiva. Estressantes são as preocupações, a tensão e a falta de método. Na realidade, o estresse é fruto de uma maneira de viver. O homem de hoje trocou o dia pela noite, aboliu o domingo, inventou o fax, o telefone, o celular, a internet, a informática e não desliga mais. É necessário reaprender a viver.
NO PASSADO, havia tempo para férias, tempo para caminhar, para conversar com os amigos, para fechar o escritório, botar a chave no bolso e regressar ao lar. Havia tempo para fazer palavras cruzadas, para ir ao cinema. O dia era dia e a noite era noite. As pessoas faziam apenas uma coisa a cada vez. Hoje, na mania do rendimento, o homem é uma máquina jamais desligada. Esquenta, provoca circuito e, por vezes, desliga.
VOCÊ não é todo poderoso. Tenha um hobby, isto é, uma coisa agradável, gratuita, que não tenha nenhum relacionamento profissional. Reserve tempos para caminhar, para conversar com os amigos. Saiba partilhar as angústias e preocupações com seus familiares e amigos. Por fim, recorde que Deus é Pai, reserve algum tempo diário para a oração. Lembre que Jesus disse: “Vinde a Mim, vos que estais cansados e sobrecarregados – estressados – e eu vos aliviarei” (Mt 11,28).//
+ Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano
di.vianfs@ig.com.br
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