O assunto foi tema de pronunciamento da deputada estadual Graça Pimenta
(PR) na tribuna da Assembleia Legislativa (AL). “Esta data está marcada na
história política de Feira de Santana e do Brasil, pois Chico Pinto foi
o feirense que mais se destacou no cenário
político-nacional. Diante do que ele representa para o nosso país é
legítimo fazer com que a memória dele permaneça no nosso dia a dia",
declara a parlamentar.
Filiado ao antigo Partido Social Democrático (PSD), Chico Pinto foi
defensor dos trabalhadores. O ingresso dele no poder público ocorreu em 1950,
quando foi eleito vereador no município feirense. Quatro anos depois
ele graduou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Logo
no começo do mandato de vereador, iniciado em 1951, Chico Pinto foi
ao presidente eleito no ano de 1950 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB),
Getúlio Vargas, para cobrar os benefícios prometidos durante a campanha eleitoral. Em
1962 a população elegeu o feirense como prefeito do município,
contrariando as forças políticas locais que imperavam na época.
"Devido à chegada de Chico Pinto à prefeitura, a
população de Feira de Santana experimentou uma nova forma de governo, sendo
possível a participação popular nas decisões do poder público local. Com o
surgimento da ditadura militar em nosso país, no ano de 1964 o prefeito
feirense foi cassado pelo regime militarista por conta de seus
posicionamentos democráticos. Mesmo diante dos riscos que a ditadura
oferecia, o corajoso feirense preservou seus ideais", contou Graça
Pimenta em discurso.
Em 1966, Chico Pinto fundou a seção baiana do Movimento Democrático
Brasileiro (MDB), partido que abrigou os opositores do regime
militar. Lutando pelos direitos da população, no ano de 1970 o feirense
foi eleito com votação expressiva para deputado federal. Defensor de uma
ação mais incisiva contra o militarismo, logo após a eleição Chico Pinto
divergiu da moderação predominante no partido e fundou a chamada “ala
autêntica” do MDB.
Em 1974 a visita do ditador chileno Augusto Pinochet ao Brasil
indignou o deputado feirense que fez um discurso contundente na Câmara dos
Deputados, onde declarou: “Falo pelos que não podem falar. Clamo e
protesto por muitos que gostariam de reclamar e gritar nas ruas contra sua
presença em nosso país”. Por conta da coragem, Chico Pinto teve o mandato
cassado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ficou preso seis
meses e teve suspensos os direitos políticos por quatro anos. Bastou voltar a
disputar as eleições que ele obteve sucesso nas
urnas novamente. Chico Pinto foi reeleito deputado federal nos
anos de 1978, 1982 e 1986.
"A presença de governadores, deputados e
demais autoridades políticas no velório do ilustre feirense, além de parte
considerável da população, demonstra o importante significado que ele tem
na história da política nacional", finalizou a parlamentar, que já havia
se pronunciado sobre o tema na Assembleia Legislativa em 2011.
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