terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Chico Pinto relembrado na AL

 Nesta terça-feira (19) completa-se cinco anos de morte de Francisco José Pinto dos Santos, mais conhecido como Chico Pinto. Nascido em 16 de abril de 1930, filho do coronel José Pinto dos Santos e de dona Inácio Pinto dos Santos, o ilustre representante de Feira de Santana construiu uma trajetória política respeitável.

O assunto foi tema de pronunciamento da deputada estadual Graça Pimenta (PR) na tribuna da Assembleia Legislativa (AL). “Esta data está marcada na história política de Feira de Santana e do Brasil, pois Chico Pinto foi o feirense que mais se destacou no cenário político-nacional.  Diante do que ele representa para o nosso país é legítimo fazer com que a memória dele permaneça no nosso dia a dia", declara a parlamentar.

Filiado ao antigo Partido Social Democrático (PSD), Chico Pinto foi defensor dos trabalhadores. O ingresso dele no poder público ocorreu em 1950, quando foi eleito vereador no município feirense. Quatro anos depois ele graduou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Logo no começo do mandato de vereador, iniciado em 1951, Chico Pinto foi ao presidente eleito no ano de 1950 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Getúlio Vargas, para cobrar os benefícios prometidos durante a campanha eleitoral. Em 1962 a população elegeu o feirense como prefeito do município, contrariando as forças políticas locais que imperavam na época.

"Devido à chegada de Chico Pinto à prefeitura, a população de Feira de Santana experimentou uma nova forma de governo, sendo possível a participação popular nas decisões do poder público local. Com o surgimento da ditadura militar em nosso país, no ano de 1964 o prefeito feirense foi cassado pelo regime militarista por conta de seus posicionamentos democráticos. Mesmo diante dos riscos que a ditadura oferecia, o corajoso feirense preservou seus ideais", contou Graça Pimenta em discurso.

Em 1966, Chico Pinto fundou a seção baiana do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido que abrigou os opositores do regime militar. Lutando pelos direitos da população, no ano de 1970 o feirense foi eleito com votação expressiva para deputado federal. Defensor de uma ação mais incisiva contra o militarismo, logo após a eleição Chico Pinto divergiu da moderação predominante no partido e fundou a chamada “ala autêntica” do MDB. 

Em 1974 a visita do ditador chileno Augusto Pinochet ao Brasil indignou o deputado feirense que fez um discurso contundente na Câmara dos Deputados, onde declarou: “Falo pelos que não podem falar. Clamo e protesto por muitos que gostariam de reclamar e gritar nas ruas contra sua presença em nosso país”. Por conta da coragem, Chico Pinto teve o mandato cassado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ficou preso seis meses e teve suspensos os direitos políticos por quatro anos. Bastou voltar a disputar as eleições que ele obteve sucesso nas urnas novamente. Chico Pinto foi reeleito deputado federal nos anos de 1978, 1982 e 1986. 

"A presença de governadores, deputados e demais autoridades políticas no velório do ilustre feirense, além de parte considerável da população, demonstra o importante significado que ele tem na história da política nacional", finalizou a parlamentar, que já havia se pronunciado sobre o tema na Assembleia Legislativa em 2011.


Nenhum comentário: