terça-feira, 11 de julho de 2017

Livro sobre escolas de samba de Salvador tem apoio do Fundo de Cultura

Com o lançamento do livro ‘O Carnaval de Salvador e suas Escolas de Samba’, que acontece nesta quarta-feira (13), às 18h, na Cantina da Lua no bairro do Rio vermelho, o compositor e cirurgião-dentista Geraldo Lima, 68 anos, presta uma homenagem aos sambistas baianos e resgata a memória de um tempo em que criatividade, cultura popular e beleza animaram o Carnaval da cidade. O novo título da Editora Corrupio, a mais antiga casa editorial da Bahia em atividade, tem 168 páginas e contou com recursos do Edital Setorial de Apoio a Publicação de Livros por Editoras Baianas da Fundação Pedro Calmon, vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA).

 Nascido no bairro do Garcia, o autor vivenciou os bastidores e a organização da festa carnavalesca que consagrou escolas como Ritmistas do Samba, Filhos da Liberdade, Filhos do Tororó, Juventude do Garcia, Diplomatas de Amaralina e Filhos do Politeama, entre outras, no período de 1963 a 1978, quando a Prefeitura de Salvador promoveu concursos e as agremiações desfilavam do Campo Grande à Praça da Sé.

 Ilustrado com fotografias da época, o livro mostra o surgimento, os anos de glória e a decadência das escolas de samba. O autor traça perfis das principais agremiações, registra os enredos que emocionaram os foliões, como Os Negros na Bahia, Primeiro Aniversário da abolição, Samba - Canto livre de um Povo, Homenagem aos 50 Anos de Ialorixá de Mãe Menininha do Gantois, Epopeias de uma Raça, e também avalia o legado das escolas no carnaval atual. Desfilam nas páginas da publicação cenas memoráveis, com passistas, ritmistas, diretores, compositores e outros personagens, anônimos e famosos, que tornaram a festa possível, como Paulinho Camafeu, Ederaldo Gentil, Nelson Rufino, Guiga de Ogum e Nelson Maleiro.

 Para a pesquisa, Geraldo Lima utilizou documentação que preservou daquele período, além de livros, arquivos de jornais e depoimentos de participantes de várias escolas, construindo um panorama ao mesmo tempo histórico e afetivo. “A memória não é só minha, a memória de todos é importante”, diz o autor.

 Para a editora Arlete Soares, o livro é uma festa para os sambistas e amantes do samba, além de ser um presente para os pesquisadores por preencher uma lacuna nos estudos sobre o carnaval de Salvador, “um dos mais importantes da diáspora africana”. E destaca na apresentação da obra: “É um passeio por uma Salvador remota. Aquela dos anos 1960 e 70 quando o carnaval era um espaço de paixão. Paixão pelo rito, pelo desafio, pelo espetáculo”.

 O livro apresenta apêndices com registros das músicas campeãs, os títulos conquistados pelas escolas do primeiro grupo, a repercussão nos meios de comunicação e entrevistas exclusivas com Walmir Lima, Ninha, João Barroso e Nelson Rufino, que relembram episódios curiosos e refletem sobre o carnaval contemporâneo.

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