Médicos que atendem por planos de saúde pretendem parar os atendimentos de rotina e as cirurgias eletivas (agendadas) no dia 7 de abril. A categoria reivindica reajuste dos honorários pagos pelas operadoras e contratos com previsão de aumentos periódicos.
A data do protesto foi acertada na última sexta-feira (18) pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A manifestação ocorrerá no Dia Mundial da Saúde e deverá durar 24 horas.
Segundo entidades médicas, um profissional recebe, em média, de R$ 35 a R$ 45 por consulta, e o custo operacional estimado é de R$ 20. A categoria defende o valor de R$ 100 por consulta, conforme o presidente da Fenam, Cid Carvalhaes. “O motivo do protesto é a falta de condições de trabalho”, afirmou.
O reajuste proposto tem como base a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), tabela de mercado com valores de honorários, elaborada pela entidades médicas.
“Muitos médicos não querem mais atender por planos de saúde. Não se sentem motivados a assumir os riscos de uma cirurgia, por exemplo”, disse Florisval Meinão, coordenador da Comissão de Consolidação e Defesa da CBHPM, da Associação Médica Brasileira. Segundo o Meinão, o reajuste dos honorários concedido por alguns planos de saúde foi 40% inferior à inflação acumulada nos últimos anos.
Quanto à paralisação, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), representante das operadoras de planos de saúde, disse que tem buscado aprimorar o relacionamento com os médicos. “A FenaSaúde informa e esclarece que suas associadas buscam constantemente aperfeiçoar o relacionamento com os médicos, inclusive apresentando propostas concretas nos fóruns de debates”, afirmou, em nota.
Estima-se que 60% dos médicos do país, mais de 150 mil, prestam serviços por meio de planos de saúde.
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