“Nunca pensei que um dia eu pudesse retornar para
minha casa”. O que parecia um sonho virou realidade para a dona de casa Joelma
Barreto Nascimento, que durante dois anos acompanhou a filha Alana Tayne da
Silva Nascimento, de quatro anos, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do
Hospital Estadual da Criança (HEC). A luta da dona de casa teve início nos
primeiros meses de vida de Alana, que foi diagnosticada com a síndrome de Werdnig Hoffmann, uma doença rara que provoca atrofia muscular
espinhal, tornando o paciente dependente de ventilação mecânica para respirar.
Através de uma
parceria entre o HEC, Governo do Estado e o governo municipal de São Gonçalo
dos Campos, cidade em que reside a família, mãe e filha puderam nesta
quarta-feira (20) voltar ao convívio familiar. “Estou muito feliz, muito feliz
de verdade. A coisa que mais desejava na minha vida era levar minha filha para
casa, mas, não sabia como. Agora, vou poder cuidar do meu outro filho, do meu
esposo, cuidar da minha casa”, conta Joelma.
Coordenadora de
enfermagem do HEC, Gisela Piloto possui experiência em casos como o de Alana.
Gisela explica que a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), com o
programa de oxigênioterapia, forneceu todo o suporte respiratório que Alana
necessita. Em casa, Alana será assistida por uma equipe multidisciplinar
formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionista. “Nesta
transição do hospital para casa é fundamental fazer um levantamento social da
família. Saber se a família está preparada para receber a criança e também, se
a criança está preparada para esta volta depois de tanto tempo vivendo em um
ambiente hospitalar”, destaca Gisela.
Durante o período em que viveram na unidade hospitalar, Alana e Joelma conquistaram o carinho e amizade dos colaboradores do HEC, especialmente da UTI, que testemunharam como o carinho da família é importante no tratamento. “Testemunhamos o verdadeiro milagre da vida onde o amor e a determinação de mãe e filha, contagiando todas as pessoas em volta, desencadeou o processo de retorno ao seu lar, sem dependência de cuidados intensivos. Com a notícia da transferência e tratamento domiciliar, surgiram dois sentimentos antagônicos: alegria de vê-la retornar ao seio da família, e por outro lado, a saudade de não ter seu sorriso. Fomos inundados por uma imensa felicidade que contagiou a todos os profissionais do hospital, nos deixando uma sensação boa de dever cumprido e plantou, na família das outras crianças internadas com tempo prolongado na UTI, a esperança de um futuro melhor, com a possibilidade de um desfecho semelhante”, assinam em carta os colaboradores da UTI.
Vaidosa, Alana gosta
de maquiagem e de pintar as unhas. Agora, ela poderá receber os amigos em casa,
receber o carinho da família e passear. “Minha filha vai passear na praça
e também vai à praia.
Com certeza ela não vai ficar em casa. O que estou sentindo hoje é a maior
felicidade do mundo. Agora, é vida nova para todos nós. Agradeço a Deus e toda
equipe do HEC que sempre cuidou muito bem de mim e de minha filha”, finaliza
Joelma.
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