terça-feira, 19 de março de 2013

Dia de São José 19 de março

Fé é a firme opinião de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta ideia ou fonte de transmissão. Deus acima de qualquer coisa, temo-o, e acredito fielmente em seu poder de dar o frio e também o cobertor, mas, confesso que tiro o chapéu para o devoto, seja qual for a sua devoção . “Cada qual com sua crença, eu particularmente, acredito em São Jorge Guerreiro, e tenho certeza de que os dragões não me alcançaram. Salve Jorge!”. No periodo em que trabalhei na sucursal do Jornal A Tarde, no oeste da Bahia, mais precisamente em Barreiras,tive a oportunidade de fazer, juntamente com a jornalista Miriam Hermes, a cobertura da procissão de Bom Jesus da Lapa, cidade localizada a 796 Km de Salvador, as margens do Rio São Francisco. Com um morro em estilo gótico e suas grutas que lhe conferem um clima místico e diferenciado, o municipio concentra a segunda maior festa religiosa católica do Brasil. Conhecida como a procissão ou romaria do Bom Jesus, o ato religioso acontece no mês de agosto e atrai milhares de fiéis de todas as partes do país. Por este motivo é conhecida como a “Capital Baiana da Fé”. No local, presenciei pessoas de todas as idades, de joelhos ou de pés subindo os morros, ou com copos plásticos em busca de levar para casa, uma gota da água que mina das rochas e acendendo velas em agradecimentos as graças alcançadas. Todos firmes em suas crenças. Negros, indios ou brancos, todos nas mesma fé. Chego a ficar arrepiado quando me lembro disso. Mas, nada para mim será mais marcante em termo de fé, do que o quadro que presenciei hoje, na comunidade da Vargem, zona rural de Feira de Santana, a 109 Km de Salvador. Com a forte estiagem, que vem arrasando a zona rural de muitas cidades da Bahia, - Feira de Santana, também está inserida nesse processo da natureza -, O gado vem morrendo, o verde tornou-se amarelo e a migração para zona urbana é inevitável, crescendo o bolsão da miséria. Mas, és que surge a fé. Sol a pino, pés no chão, enxada nas mãos, sorrisos nos rostos e cânticos em homenagem a *São José, ecoando nos quatros cantos do campo. Cada grão de milho ou feijão jogado a terra, mais forte o som ressoa. São trabalhadores rurais, que não cruzaram os seus braços e rendem homenagens ao santo protetor do trabalhador, e em troca, pedem apenas chuva para que possam viver, pois sem água o homem não sobrevive. Após esse ritual, o grupo foi para casa de dona Maria de Lourdes, onde o andor com a imagem do Santo foi ornamentado com todo carinho. Mesmo com toda essa crise, a felicidade de d. Maria era visível em seu semblante, que, matou algumas galinhas e fez questão de servir aos “ convidados”. Gente simples, mas de muita fé. “A fé remove montanha e esse ano, teremos farturas” *São José, um dos santos mais populares da Igreja Católica , tendo sido proclamado "protetor da Igreja Católica Romana"; por seu ofício, "padroeiro dos trabalhadores" e, pela fidelidade a sua esposa, como "padroeiro das famílias", sendo também padroeiro de muitas igrejas e lugares do mundo, e hoje, 19 de março, comemora-se o seu dia. Salve São José! Afinal, nós da zona urbana também precisamos de chuvas e como diz o poeta Gilberto Gil, “ A fé não pode falhar”./ Por Luiz Tito

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