Por : Alberto Peixoto
Feira de Santa é uma das cidades brasileiras que a cada dia cresce de forma assustadora, mas seu povo insiste em não registrar nas páginas do seu diário, o seus sonhos, seu cotidiano a sua história. Na realidade, apagando até o que já foi escrito no passado, pelos que por aqui viveram e/ou passaram. Apenas resta ainda uma pequena imagem depredada pela agressão dos vândalos inconscientes.
Majestosa e irradiando seu calor natural, a todos abriga com seus encantos de cidade mais importante do interior da Bahia e uma das maiores do norte e nordeste do Brasil. Contudo, é com imenso pesar que percebemos que seus prédios, monumentos, e praças públicas, estão sendo desprezados levando assim sua história a ser deletada da memória do seu povo.
Prédios como o da antiga Santa Casa de Misericórdia, em avançado estado de degradação, que recebeu uma doação de dois contos de reis concedidos pelo Imperador D. Pedro I, em passagem pela cidade na época da sua construção (1865), não desperta a intervenção do Ministério Público para assegurar a restauração destes bens.
Outros prédios em igual situação são os da Filarmônica Vitória, 25 de Março e do Monte Pio, todos na Rua Conselheiro Franco. Estes locais deveriam ser tombados pelo Patrimônio Histórico, mas, pelo contrário, estão sendo alvo de sujeira e depredação, ou seja, abandonados.
Quando o assunto envolve as praças públicas e calçadas, não é nada diferente. Moradores de rua buscam abrigo, constroem barracos com papelão, de forma a desordenar a já quase inexistente infraestrutura urbana; veículos são estacionados sobre as calçadas, bares, restaurantes e tabuleiros de vendedores ambulantes, impedem que os transeuntes por lá circulem e as invadem transformando em uma extensão do seu estabelecimento comercial.
Os gestores públicos de Feira de Santana estão deixando transformar a antiga “Princesa do Sertão” em gata borralheira. É simplesmente vergonhoso!!! Sabe-se que não há nenhum planejamento para recuperar estes imóveis e monumentos, muito menos as praças que já foram transformadas, a muito tempo, em grandes favelas. A população sente a falta de sensibilidade e compromisso dos gestores municipais para com os interesses da sociedade – o que só interessa para eles é o voto nas urnas.
Nem nas gestões anteriores e nem na atual, encontramos alguma preocupação ou projeto de renovação urbana, no sentido de recuperar a história da Cidade Princesa. Não se sabe de nenhum trabalho de reforma e/ou manutenção dos prédios, monumentos e praças públicas que foi ou venha a ser executado.
Feira de Santana merece ser administrada por um gestor público moderno e empreendedor. Apto a buscar um novo modelo de Administração Pública, sempre procurando analisar sua gestão por um balanço do que já foi feito e pelo que poderia ser implantado. É fundamental deixar registrado nos anais da segunda maior cidade do Estado da Bahia, suas memórias e sua história. Para isto acontecer é necessário que os Gestores Municipais também sejam mais participativos e responsáveis.
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