Por Alberto Peixoto
O espaço público do Centro de Feira de
Santana, na realidade, atual, pode ser vista como uma fábrica de perversidades,
não só para os pedestres como para os comerciantes que pagam seus impostos e
todos os custos necessários para colocar um estabelecimento comercial em
funcionamento.
Quem tentar transitar pelas vias do centro da
cidade, na qualidade de pedestre, logo vai observar como os seus direitos estão
sendo desrespeitados pelo comércio informal, tendo os Gestores Municipais como
coniventes. Privatizaram o “espaço público” do centro da cidade, dificultando
aos pedestres o direito, constitucional, de ir e vir, estimulando a desconfiguração
do ambiente público.
O espaço urbano, tanto na qualidade de público
como privado, sempre estimulou o interesse de todo tipo de comerciante, tanto
os formais como o daqueles que vivem na clandestinidade. Sabemos que na verdade
todo este comportamento é reflexo da prática do capitalismo selvagem e em Feira
de Santana não é diferente. A mercantilização nas diversas artérias da cidade
virou modismo e, o pedestre a cada dia, perde o espaço que lhe pertence por
direito.
Verdureiros, muambeiros com produtos do
Paraguai, na maioria CD`s e DVD`s, lanchonetes ambulantes – algumas até com fornos
microondas – todos na ilegalidade, disputam espaço com o pedestre que se vê
acuado. Esta “parafernália” ambulante provoca uma distorção da logística que
deveria ser empregada na organização das vias públicas, não só na calçada como nas
pistas onde os veículos passam por problemas similares.
Liga-se o pisca - alerta e se estaciona em
qualquer lugar, em filas duplas... de qualquer forma. Os motociclistas,
motoristas à parte, não respeitam nenhuma sinalização. Não há fiscalização do
trânsito, consequentemente também não há punições.
Aliado a estes fatores, está a falta de respeito à população que paga seus impostos e vê seus direitos cerceados pelo descaso, que lhes dispensam os gestores públicos, coniventes com este comportamento inadequado do comércio informal. Por outro lado, observamos a inoperância ou falta de atitude do CDL – Clube de Diretores e Lojistas - entidade criada para defender os direitos dos comerciantes, que pouco ou nada faz. Enquanto isso, o povo, eternamente o povo, é condenado a transitar em meio aos veículos, se expondo aos riscos, colocando em jogo sua integridade física, quando não a psíquica. Feira de Santana se tornou uma cidade sem leis, uma terra de ninguém.
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