Grevistas ateiam fogo em alojamento da Odebrecht

Trabalhadores ligados à construtora Odebrecht atearam fogo, na madrugada desta quinta-feira, no alojamento da empresa em Pontezinha, no município de Cabo de Santo Agostinho (PE). O ato foi um protesto contra à decisão da Justiça trabalhista ter considerado ilegal a greve dos funcionários.
Cerca de 7.000 trabalhadores ligados à construtora que trabalham no canteiro de obras do projeto de implantação das fábricas do complexo Petroquímico de Suape, no município vizinho de Ipojuca (PE), estão em greve desde a terça-feira da semana passada.
Em comunicado, a Odebrecht declarou que havia sido firmado um acordo provisório entre empresa, o Sintepav-PE (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral do Estado) e uma comissão de trabalhadores durante audiência na sede do Tribunal Regional do Trabalho, no Recife.
Mas, por volta das 20h (21h em Brasília), alguns funcionários que estavam no alojamento da empresa atearam fogo nos colchões do alojamento. Cerca de 1.000 trabalhadores estavam no local. Os bombeiros foram acionados e o fogo foi contido.
O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi acionado. Um dos grevistas foi detido, provocando nova reação dos trabalhadores.
Às 3h30 desta quinta-feira, os bombeiros tiveram de voltar ao local para apagar novo incêndio no alojamento, que ficou destruído. Os funcionários da empresa improvisaram um acampamento em uma quadra de esportes do local.
De acordo com a Odebrecht, duas pessoas ficaram feridas e foram atendidas no local e em hospital no Recife, e receberam alta esta manhã. O incêndio atingiu 90% do galpão que servia de alojamento. A empresa determinou que não haverá expediente na obra hoje e amanhã.
Entre as reivindicações da categoria, estão o pagamento do adicional de 30% por periculosidade, melhoria nos equipamentos de segurança, aumento do vale-alimentação de R$ 80 para R$ 180 e implementação de ajuda de custo, entre outros pontos.
A Petroquímica Suape é um empreendimento liderado pela Petrobras. O complexo reúne três unidades industriais integradas: uma para produção de ácido tereftálico (PTA), outra para produzir polímeros e filamentos de poliéster e uma terceira, que fabricará resina para embalagem PET. Quando estiver em operação, o que está previsto para o fim do ano, a Petroquímica Suape vai estruturar o mais importante pólo integrado de poliéster da América Latina.
Fonte/ iG Recife