Rio - Uma segunda-feira de cinzas e tristeza para o mundo do samba. Depois de um ano todo de trabalho, quatro horas de fogo foram suficientes para deixar desolado quem viu o sonho de conquistar um título virar pó. Incêndio na Cidade do Samba, no Centro do Rio, ontem de manhã, fez o dia virar noite e transformou em fuligem galpões de três das 12 agremiações a um mês dos desfiles. Dois peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli foram ontem no local para fazer o laudo com as causas do incêndio, que deverá ficar pronto em duas semanas.
Imensa coluna de fumaça negra de 500 m de altura podia ser vista a quilômetros de distância, lembrando o ataque terrorista ao World Trade Center, nos Estados Unidos, em 2001. A rota dos aviões do Santos Dumont precisou ser desviada, e o trânsito ficou congestionado. Cento e vinte bombeiros de 10 quartéis foram mobilizados.
Funcionários que dormiam no local foram acordados pelo calor das chamas. Alguns ficaram intoxicados e foram socorridos. O aderecista da Grande Rio Saimon Garcia pulou do quarto andar do galpão. “Arrombei a porta do escritório. Vi a fumaça e não tinha para onde ir, então pulei”, contou ele, que caiu sobre um boi de espuma.
Desesperados, funcionários das agremiações afetadas mal acreditavam no que viam ao chegar para trabalhar. Alguns desmaiaram ao ver o cenário de destruição. “Não conseguimos salvar documentos”, desabafou Bernardo Basílio, chefe de adereços da União da Ilha, que se feriu no pé ao escapar do fogo.
Dois diretores da Portela foram detidos ao tentar furar bloqueio da PM para entrar no barracão. Houve tumulto e empurra-empurra. Um policial sacou a arma e outro lançou gás de pimenta para dispersar o grupo.
Fonte / odiaonline.
Cidade do Samba, antes do incêndio.
Cidade do Samba, antes do incêndio.
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