quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Micareta 2011/ A festa sem Chiclete com Banana
Edilson Veloso é Professor de Educação Física, Radialista, Pesquisador de Música e Babalorixá.
Andei ouvindo numa emissora de rádio que a banda Chiclete com Banana não virá para a Micareta de 2011. E já começaram as lamentações. É fã de um lado, é palpiteiro do outro. Pra quem não sabe, vale dizer que essa banda tem uma linda história com Feira de Santana. Lembro do magnífico Bloco Os Nacionais, que Chiclete saía como grande atração. Chiclete com Banana apareceu nessa cidade ainda com o antigo nome Banda Scorpius. Era conhecida como banda de baile (banda amadora que animava festas de formatura, abria shows de bandas maiores, bailes em clubes e etc.). Tenho lembranças de várias vezes ver o Chiclete tocar na extinta discoteque Jaf Som, que ficava junto ao atual prédio da TV Subaé. Apresentações no Feira Tênis Clube e Clube de Campo Cajueiro nem dá pra contabilizar, pois foram inúmeras. Pelo que sei, foi uma empresa de Feira que lhe deu o primeiro gerador de trio: a Pedro Felzemburg, através de Edson Felzemburg. Foi ele que proporcionou a primeira alavancada da banda. E assim, seguiu. Todo ano Chiclete com Banana e Bloco Os Nacionais eram atrações à parte da nossa Micareta. Mas como tudo ou quase tudo na vida é mutante, com o tempo não foi diferente. O Bloco Os Nacionais acabou e restou a saudade. Já o Chiclete com Banana continuou e muito bem a sua trajetória. Aí, Chiclete entrou na mídia. Programa do Chacrinha, Globo de Ouro e tantos outros programas de televisão. No rádio, nem se fala. Virou a grande febre na Bahia e depois no Brasil. Não se deve negar o talento do grupo. Um verdadeiro fenômeno musical. Mas outras histórias marcariam essa vitoriosa trajetória. A mais marcante, pra nós feirenses, se deu numa fatídica tarde de 1986, quando o então principal componente do grupo se desentendeu com os irmãos Bell Marques e Wadinho Marques, resultando assim numa primeira crise. Seu nome: Missinho. Compositor de mão cheia, bom vocalista e guitarrista. Em plena avenida Getúlio Vargas eles discutiram por causa de uma suposta segunda volta com o trio e Missinho acabou descendo, prometendo não mais voltar. E não voltou mesmo (mas essa é uma outra história). Outro fato que chamou a atenção e nunca ficou esclarecido é o caso do guitarrisra Johnny. Ele fez parte da banda por mais de 20 anos e teve que sair por conta de problemas de saúde. Ao mesmo tempo, ele alega não ter recebido seus direitos trabalhistas. Enfim, entre perdas e danos, uma coisa não se pode negar: Chiclete com Banana tem uma história vitoriosa. É uma banda imponente e de muito sucesso. Mas não é o fato do Chiclete com Banana não vir para a Micareta que diminuirá o brilho da nossa festa. É bom lembrar que Chiclete não toca para o chamado folião pipoca ou povão, como muitos mencionam. Penso que a nossa Micareta é muito, muito maior que qualquer atração. O que me deixa admirado é o fato de tanto alarde em relação a algo que não vejo ser de tanta relevância. O maior nome do Carnaval baiano sempre foi Trio Elétrico Dodô e Osmar. Na década de 70, teve um ano que eles não tocaram em Salvador e nem por isso a festa deixou de acontecer. Repito: Não se pode negar a história de sucesso da banda, mas daí achar que é ela o supra-sumo dessa festa já é exagero. Se Chiclete não vir, outras virão, o povo irá às ruas, outros astros darão brilho à festa. É de bom alvitre dizer também que o senhor Bell Marques há muito vem deixando a desejar. Antes, uma animação só. Agora, é só mandar a introdução e o folião que se vire pra cantar o resto da música. Um verdadeiro "enrolation."Será que ele cansou? Será que já ganhou demais? Meu caro chicleteiro, por favor, não se zangue. Afinal de contas, perguntar não ofende. O fato é que Chiclete já não é mais o mesmo. Lembre-se: A Micareta de Feira de Santana está acima de qualquer banda.
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