As vendas de gasolina no país devem ter crescimento de 12,2% em 2012. Desde 2009, o combustível acumula uma alta de 57%, segundo dados divulgados hoje (11) pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom).
“A partir de 2010, houve a perda de competitividade do etanol e um preço de gasolina estável. Somam-se a isso uma infraestrutura urbana de transporte deficiente e o aumento da venda de carros. Consumidor comprando carro, moto, usando esse carro para trabalhar. Eles [os veículos] usam combustível. Manter o abastecimento tem levado a um esforço muito grande da Petrobras e das distribuidoras, com todos os percalços”, disse o presidente executivo do Sindicom, Alisio Vaz.
Segundo Vaz, em torno de dez estados experimentaram problemas no abastecimento, mas apenas no Amapá houve falta de combustível. “Nos demais estados, faltou em alguns postos, o que é desagradável. Mas o consumidor encontrava em outro posto”, disse.
Entre os problemas enfrentados pelas distribuidoras para garantir o atendimento à grande demanda por gasolina no país está a infraestrutura de transportes, que não acompanhou o crescimento do consumo de combustíveis. Entre os estados que mais tiveram aumento nas vendas estão o Piauí (22%), o Maranhão (20%), o Ceará, o Pará e o Tocantins (19% cada).
Como esses estados ficam longe das refinarias brasileiras, é preciso usar estradas ou portos para fazer o combustível chegar até lá. “Em Mato Grosso, houve crescimento de 24%, a 2 mil quilômetros da refinaria mais próxima. Para chegar lá, é preciso ir por estradas. Imagina a pressão sobre a infraestrutura do país [para fazer a gasolina chegar lá]”, disse.
Outro problema enfrentado pelas distribuidoras de combustíveis é necessidade de importação de gasolina, o que gera dependência em relação aos portos. Segundo o Sindicom, a atracação de navios está sujeita a imprevistos.
Além disso, com o grande aumento da demanda de combustíveis, algumas vezes refinarias localizadas próximas ao polo de consumo são incapazes de atender à procura. No caso do Rio de Janeiro, especificamente, entre o final de novembro e o início deste mês, houve o fechamento da Refinaria de Manguinhos, que atende a 11% da demanda fluminense, e a parada programada da Refinaria Duque de Caxias.
Com isso, a maior parte da gasolina consumida no Rio de Janeiro está chegando por navios, o que gera atrasos e restrições na venda do combustíveis para os postos.
Segundo o Sindicom, a distribuidoras estão usando todos os recursos para superar as dificuldades e estão investindo R$ 1 bilhão neste ano. As informações são da Agência Brasil.
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