sexta-feira, 9 de novembro de 2012
O PERIGOSO CRACK
Em 2005, levantamento do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrif), concluiu que 380 mil brasileiros já tinham experimentado crack. Cinco anos após, estimativa apresentada pelo psiquiatra Pablo Roig, indicava que o número de usuários desta droga no país chegava a 1,2 milhão. O Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína.
QUAIS as causas que levam uma pessoa a ingressar no mundo sombrio da droga? Curiosidade, desemprego, desejo de novas sensações, falta de diálogo na família e as famosas más companhias. A culpa também cabe a uma sociedade consumista que diviniza o ter. Essa sociedade permite incentivar o uso das chamadas drogas lícitas – cigarro e álcool -, mas que também causam imensos males.
AS PEDRAS de crack são devastadoras, afetando o cérebro, os pulmões, causando ataques cardíacos e derrame cerebral. Isso no campo físico. São também impressionantes as mudanças comportamentais dos viciados afetando a família e agredindo com requintes de violência.
OS MEIOS de comunicação têm insistido no perigo do crack, com resultados discutíveis. Os poderes constituídos acenam com mais verbas para o combate à droga e o recolhimento compulsório dos viciados. As medidas são apenas paliativas, como é paliativa a solução de aumentar a repressão. O bom senso e a natureza nos ensinam que somos livres para escolher a semente que vamos semear, mas é obrigatória a colheita daquilo que semeamos.
O TRABALHO educativo junto às famílias e nas escolas é urgente. É necessário incentivar a conscientização sobre o perigo das drogas. Igualmente, é importante uma ação disciplinadora e punitiva das instâncias competentes. Não adianta só ensinar sobre o mal causado pelas drogas. É necessário punir severamente os plantadores e traficantes.
NÃO HÁ COMO nos enganarmos: nada do que fazemos começa e acaba apenas em nós mesmos. Atinge, ao contrário, toda a coletividade. Hoje, dizendo não ás drogas, estamos não só beneficiando a própria saúde, mas contribuindo para construir um mundo de paz. Sejamos senhores de nossa vida. Não deixemos que a droga mande em nós. A primeira vítima seremos nós mesmos e a nossa família.
+Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano
di.vianfs@ig.com.br
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