segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Sociedade do conhecimento X Sociedade da riqueza

Por Alberto Peixoto / O Brasil também poderia ser a sociedade do conhecimento, mas a falta de investimentos na educação brasileira gerou um apagão de talentos. Há um certo grau de desenvolvimento, porém sem a urgência necessária para formar profissionais competentes e suprir a atual demanda do país. Infelizmente percebe-se que, na educação básica, já superamos a barreira da quantidade, mas não a da qualidade e continuamos a formar “analfabetos funcionais”. Não há, obrigatoriedade do ensino de língua estrangeira – inglês, língua globalizada, universal – e a falta de interesse pela geografia mundial nas grades curriculares. Por outro lado, como pensar em sociedade da riqueza com a corrupção assolando o país, entre tantas outras mazelas, e um modal de transportes ultrapassado, devagar quase parando? A velocidade dos nossos trens de carga varia a uma média de 25 quilômetros por hora. Já era sofrível ficou pior. Segundo a Confederação Nacional do Transporte, oito dos treze corredores analisados perderam desempenho, três ficaram na mesma e dois tiveram aumento irrisórios. Na Austrália os trens de cargas chegam até a velocidade de 115 quilômetros por hora.
Sabe-se que a principal função de um Estado eficiente é a de ser convenientemente bem organizado e estruturado para atender a demanda dos bens coletivos e públicos, ou seja: investimentos e serviços de defesa, justiça, segurança, ruas e praças urbanizadas, estradas, saúde, combate a fome, redução da pobreza e as políticas de distribuição de renda, etc. Além da falta de investimentos na educação, existem outras carências de proporções bastante elevadas, como a falta de professores qualificados e qualidade no ensino em todos os níveis, a começar pelo ensino básico que se pode denominar como “uma lástima”. Completando este quadro esdrúxulo, os salários insignificantes contribuem para o afastamento dos melhores professores que são contratados pela iniciativa privada, pois também falta apoio, muitos são desprestigiados mesmo representando a mola mestra que impulsiona qualquer país, restando só heróis dedicados ou aqueles que não estão nem ai para sua função e que possuem a pior formação. Além disso, há que se considerar a falta de condições básicas, que excede a falta de formação dos professores, falta estrutura e até o famigerado giz.
O Brasil é um país de baixos salários – salário mínimo de R$ 622,00 quando o ideal seria R$ 2.324,35 – e com bolsas de mestrado e doutorado, ínfimas. Temos reservas de capital no valor de U$ 320 trilhões, risco Brasil de 145 pontos, mas não temos infraestrutura, em todos os segmentos, satisfatória. Portanto, é controverso e até mesmo inútil, inserir estes problemas no âmbito de Estado mínimo ou Estado máximo. O que caracteriza Estado ideal para a sociedade não é seu tamanho e sim as atitudes e o nível de eficiência. Diante disso é fundamental que nossos gestores invistam em educação, saúde e salários mais justos para que este quadro caótico seja se não extinto, ao menos reduzido a níveis aceitáveis.

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