sexta-feira, 16 de novembro de 2012

SITUAÇÃO DOS NEGROS

O Dia da Consciência Negra - 20 de novembro - está ligado à memória de um dos líderes mais famosos de Palmares: Zumbi. Nascido em 1655, numa aldeia do Quilombo, tornou-se o grande líder dos negros que resistiram ao cativeiro. Seu nome significa “a força do espírito presente”, atestando sua coragem e capacidade de organização e comando. UMA NAÇÃO só será socialmente justa quando todos seus habitantes forem tratados com igualdade. Isso significa garantir os mesmos direitos a todos e oferecer idênticas possibilidades de acesso à educação, à saúde, ao emprego, à vida digna e com qualidade. Entre o ideal e a prática, porém, há um vácuo profundo. NO CASO brasileiro, a raça e a cor têm sido fatores de distorções. Pesquisas divulgadas pelo IBGE revelam que negros e pardos ganham menos que o branco na mesma atividade; recebem salário inferior ao branco com igual escolaridade; e começam a trabalhar mais cedo. NO BRASIL, o percentual de negros e pardos que freqüentam curso superior é praticamente um terço do dos brancos. Eles também estão menos presentes em outros níveis de educação, o que explica a baixa média de escolaridade. O resultado dessas distinções aparece em outro item do levantamento: negros e pardos predominam entre os desempregados. SEM QUALIFICAÇÃO profissional, essa camada da população é obrigada a aderir, quando consegue, a atividades menos rentáveis, ao subemprego na maioria das vezes, deixando uma herança de dificuldades que perseguirá seus descendentes e mantendo um ciclo que se repete há séculos. É difícil pensar que os pobres e preteridos de hoje não serão os pobres e preteridos de amanhã. FELIZMENTE, houve pessoas de bom senso, que em nome de Deus, gritaram contra a cruel e desumana escravidão, poetas que cantaram a dor da suprema humilhação de ser escravo, homens da política que não se conformaram com isso. Felizmente, dentro da própria comunidade negra, surgiram heróis como Zumbi que decidiram acabar com aquele horror, ainda que com isso tivessem de pagar com a própria vida. E até que não tomemos todos consciência de que nós, seres humanos de todas as raças, somos iguais em direitos, deveres, dignidade, celebremos o Dia da Consciência Negra. Itamar Vian Arcebispo Metropolitano di.vianfs@ig.com.br

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