segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Talibans, evangélicos e caruru de Santa Bárbara
O Taliban, (palavra que significa estudantes) é um movimento fundamentalista islâmico nacionalista que se difundiu no Paquistão e, sobretudo, no Afeganistão, a partir de 1994 e que, efetivamente, governou o Afeganistão entre 1996 e 2001, apesar de seu governo ter sido reconhecido por apenas três países: Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Paquistão. Seus membros mais influentes eram simplesmente “ulema” (isto é, alunos e universitários) em suas vilas natais. O movimento também incluía muitos voluntários não afegãos do mundo árabe, assim como de países da Eurásia e do Sul e Sudeste da Ásia.
É, oficialmente, considerado como organização terrorista pela Rússia, pela União Européia e pelos Estados Unidos. Como um movimento político e militar contra a invasão soviética do Afeganistão, os talibãs são conhecidos por terem-se feitos portadores do ideal político-religioso de recuperar todos os principais aspectos do Islã (cultural, social, jurídico e econômico), com a criação de um estado teocrático.
Depois de implementar um rigoroso regime islâmico e surpreender o mundo com algumas ações mais extremas, procederam a destruição dos Budas de Bamiyan (Patrimônio da Humanidade), que, depois de sobreviver quase intactos durante 1500 anos, foram destruídos com dinamite e disparos de tanques. Em março de 2001, os dois maiores Budas foram demolidos em alguns meses de bombardeio pesado. Porque o governo islâmico do Talibã decretou que as estátuas eram ídolos e, portanto, contrárias ao Alcorão.
Atividades banidas do Afeganistão durante o regime Taliban:
Leitura de alguns livros; portar câmeras sem licença; cinema, televisão, uso de videocassetes (considerados decadentes e promotores da pornografia ou de ideias não muçulmanas). Uso de internet. música, artes (pinturas, estátuas e esculturas de outras religiões). Fotografar mulheres e exibir tais fotografias; plantio de ópio; rinha de cães; previsão do tempo; barbear-se. empinar pipas (considerado perda de tempo, além de serem usadas em rituais hindus).
O regime taliban impedia as mulheres de trabalhar e tinha regras rígidas sobre a educação feminina. As mulheres só podiam sair acompanhadas de um homem. Em alguns casos, as mulheres eram impedidas de terem acesso a hospitais públicos para que não fossem tratadas por médicos ou enfermeiros homens. As mulheres não podiam sair de casa sem acompanhantes homens e saíam somente pela porta de trás do ônibus. As mulheres que eram viúvas ou que não possuíam filhos não eram consideradas pessoas pelo estado e muitas vezes enfrentavam a fome.
Todas estas informações se fazem necessárias para que se entenda o que acontece quando se mistura política com religião (a César o que é de César, a Deus o que é de Deus), e a loucura gerada pelo fanatismo religioso.Os fanáticos religiosos acreditam unicamente no que pregam seus líderes e tentam impor à força, destruindo e matando se for preciso, quem não reza pelas suas Bíblias.
É o que acontece aqui no Brasil, onde os evangélicos acreditam que já tem reservados seus lugares no céu e que os membros de todas as demais religiões do mundo irão queimar eternamente no fogo do inferno.
Aqui em Feira de Santana por diversas vezes já ameaçaram tomar o poder político e até mudar o nome da cidade para Feira de Jesus, porque, para eles, Santa Anna, não é Santa, é apenas uma invenção católica. E se for? Quem tem o direito de negar a crença alheia para impor a sua própria? Por que tanta intolerância religiosa? Que interesses estão por trás disto? Deus é único e as leis universais são imutáveis e implacáveis, independente do que digam os homens, os pseudo doutores da Lei.
E como se não bastasse, o secretário municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, o neo evangélico, Magno Felzemburg, se achou no direito de acabar com a festa de Santa Bárbara, uma tradição de mais de 30 anos que acontece no Centro de Abastecimento. Do alto da sua intolerância religiosa, ele simplesmente ignorou o fato de que com o fim da festa prejudica o trabalho de muita gente, afasta os turistas e prejudica a economia do município, justamente áreas que estão sob a sua responsabilidade enquanto secretário.
E, diga-se de passagem, com a conivência do prefeito Tarcízio Pimenta./
Por Cristóvam Aguiar
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