segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Secretarias discutem estratégias de combate ao racismo institucional


Técnicos das secretarias da Educação, de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) discutiram, nesta segunda-feira (11), estratégias e metodologias de combate ao racismo institucional, durante encontro formativo no Colégio Estadual da Bahia (Central), em Salvador. A iniciativa tem o objetivo de formar gestores públicos municipais e estaduais para a construção e a implementação de políticas públicas de combate ao racismo institucional e de promoção da igualdade racial. Para isso, serão realizadas 20 oficinas formativas nos Territórios de Identidade da Bahia.

 Segundo a diretora de Educação e suas Modalidades, da Secretaria de Estado da Educação, Rowenna Brito, esta ação é fundamental. “Sabemos que mesmo com todos os avanços, os movimentos, o empoderamento da juventude e das pessoas nos processos decisórios, o racismo se expressa de diversas formas e a ideia desse grupo de trabalho é reunir várias secretarias para construir estratégias de combate ao racismo. Não estamos dizendo que as instituições são racistas, e sim que nós queremos minimizar e combater os efeitos do racismo nas instituições. Para combater, precisamos conhecer como ele se expressa, por exemplo, saber que um estudante pode ir para a escola com cabelo black ou turbante e que isso é parte da identidade cultural dele”, explica a gestora.

 O sociólogo e assessor especial da Sepromi, Ailton Ferreira, define o racismo institucional como “a incapacidade das estruturas públicas e privadas de oferecerem um serviço ou um produto de boa qualidade para todas as pessoas, de todos os tipos, etnias e raças e isso é forjado pelo racismo ao longo da história de vida das pessoas. Os mecanismos de educação e os objetos da cultura vão reproduzindo isso e muitas vezes as pessoas praticam sem saber que estão praticando”, destaca.

 Para o superintendente de Economia Solidária da Setre, Milton Barbosa, o racismo institucional ainda é algo muito marcante. “Nas universidades é difícil encontrar professor negro, assim como tem profissões que não existem negros, a exemplo de homens ginecologistas negros, pois o preconceito é grande. Então, o racismo institucional pode se manifestar em relação ao aluno, mas em relação à própria instituição, a exemplo, quando recusa a tratar dos assuntos relativos à historiografia africana. É um preconceito que manifesta nas instituições, mas existe nas pessoas”, afirma.

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