quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Bahia ultrapassa média nacional de mamografias com Saúde sem Fronteiras

Na Bahia, até 2011, apenas 12% das mulheres com idades entre 50 e 69 realizavam exames de mamografia, enquanto a média nacional era 35%, conforme contabilizado pelo Ministério da Saúde (MS). Em seis anos de implantação do Rastreamento do Câncer de Mama, a Bahia ultrapassou a média nacional, passando para 38%, com picos de até 45%. Além disso, neste período, o programa se aperfeiçoou e hoje é composto por três etapas, que começa com a mamografia e finaliza com o tratamento que pode ser cirúrgico, quimioterápico ou radioterápico, a depender do protocolo médico indicado para cada paciente. 

Cumprindo a segunda etapa em Ribeira do Pombal nesta terça e quarta-feira (17 e 18), que é a realização do exame de ultrassonografia nas 239 mulheres, cujo laudo da mamografia apresentou algum tipo de alteração, o próximo passo do Rastreamento do Câncer de Mama nesta região é encaminhar as pacientes, se necessário, para a biopsia e, confirmado o diagnóstico de câncer de mama, para o tratamento.

 Já as mulheres em que o exame de ultrassonografia descartou a suspeita apresentada pela mamografia, vão voltar para casa “felizes da vida”, como aconteceu com Maria Glória de Jesus, 58 anos, Maria Vanda (53) e Maria Francisca de Pinho, moradoras do município de Cícero Dantas. Elas contaram que vieram para esta etapa apreensivas, mas “graças a Deus o médico não encontrou nada. Estamos muito felizes”, afirmaram. E Maria Francisca ainda acrescentou que o programa é importante “porque só libera a gente quando fica comprovado que não temos nada mesmo”. 

Trabalhando no projeto desde sua elaboração, Jane Gláucia Araújo fala da importância do Rastreamento do Câncer de Mama ter se aperfeiçoado e passado a oferecer todas as etapas por experiência própria, pois em 2011, bem na época da construção do projeto, ela foi diagnosticada com a doença. “Eu sei o que é esse diagnóstico, eu senti na pele. Uma coisa é estar lá trabalhando no papel, outra é passar por isso. Então eu fico feliz com cada avanço na melhoria desse serviço”.

 E o médico Clóvis Schitini Filho, que trabalha no rastreamento desde 2014, destaca a importância de a paciente descobrir logo no início para o êxito no tratamento. Para ele, que realiza os exames de ultrassonografia, que tem como objetivo confirmar ou descartar os indícios encontrados nas mamografias, “é muito gratificante poder contribuir para a recuperação da saúde dessas mulheres”.

 O rastreamento: atualmente fazendo parte do Saúde Sem Fronteiras, programa do governo do Estado, executado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o Rastreamento do Câncer de Mama nasceu na Campanha do Outubro Rosa de 2011, diante dos baixos índices de realização de mamografias nas mulheres baianas na faixa etária estipulada pelo Ministério da Saúde (50-69 anos). 

Jane Gláucia, que está no programa desde o seu planejamento, ressaltou que nesses seis anos, o programa foi melhorando, se corrigindo e hoje tem o diferencial de oferecer todas as etapas, incluindo o tratamento.

 Ela explica que para levar o programa para o município, o mesmo é aprovado na Comissão Intergestores Regionais (CIR). Quando o rastreamento chega a uma região, já foi decido na CIR quais os municípios receberão as unidades móveis e qual será a contra partida de cada ente (Estado e Municípios).

 Para serem atendidas, quando as unidades móveis chegam nos municípios, as mulheres devem comparecer ao local levando documento de identidade, Cartão do SUS e comprovante de endereço.

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