sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Festival de natação agita Dia das Crianças na piscina da Bonocô


‘Eu consegui’. Com essas palavras de vitória, Joaquim Gomes Carvalho, 14 anos, vibrou com a conquista do primeiro lugar na série em que participou do festival de natação realizado na Piscina Olímpica da Bahia, no Avenida Bonocô em homenagem ao Dia das Crianças. Autista, o garoto é um dos mais de 900 alunos atendidos com aulas dessa modalidade de esporte pelo Programa Natação em Rede, mantido no equipamento esportivo pela Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes (Setre).

 O entrosamento de Joaquim com colegas e professores demonstra o quanto o esporte tem ajudado na sua socialização, comportamento tão raro no mundo dos autistas. “Há dez anos, Joaquim pratica esporte. Hoje, faz natação, aqui na Bonocô, e equoterapia. Ele melhorou bastante desde então”, disse o pai Jehová de Carvalho que, junto com a esposa Cristiane, acompanhava e vibrava com as conquistas do filho. “Olha como ele fica calmo aqui. Em casa, está sempre mais agitado”, enfatizou Jehová, constatando o quanto participar do programa Natação em Rede tem sido importante para o bem-estar de Joaquim.

 Realizado pela primeira vez pela Sudesb na piscina da Bonocô, o festival de natação reuniu, na quinta-feira (12), 250 meninos e meninas com idade variando de 8 a 20 anos. Assistidos e contando com a torcida de pais, amigos e familiares, eles experimentaram emoções presentes na vida de um atleta - disputaram prova, receberam medalha, ganharam o abraço festivo dos professores e dos familiares, posaram para foto e deram entrevista. Além disso, muitos deles disputaram, pela primeira vez, provas na piscina olímpica, de 50 metros, o que não é usual no dia a dia do programa, já que fazem aula na piscina semiolímpica, de 25 metros.

 Proteção

 Acompanhado da avó e da tia, Júlio César Matos Santos, 16, entrou no programa em janeiro último. Praticando pela primeira vez um esporte de forma regular, ele diz se sentir “mais disposto e muito bem”. Para a avó Dilma Maria Matos e a tia Luciana Matos, além da saúde, outro aspecto importante da participação do adolescente no programa é “mantê-lo ocupado, longe das ruas e protegido de más influências. Em casa, sempre buscamos o esporte para manter nossos filhos e netos ocupados e longe das ruas”, afirmou Dilma, que mora com a família no bairro Baixa de Quintas.

 Portador de deficiência mental leve e praticando esporte pela primeira vez, Lucas Oliveira Gomes dos Santos, 20, é outro garoto que tem tido conquistas também fora da piscina desde que entrou no programa no início do ano. “Percebemos ele com melhor socialização e também com uma postura física mais segura”, afirmou a mãe Lidiane Fontes. Opinião igual tem o pai do garoto, Rilson Gomes, ressaltando que o filho está mais comunicativo.

 Outros núcleos

 Além da Bonocô, a Sudesb mantém núcleos de natação para crianças e adolescentes em Pituaçu (piscina da UCSal) e no Centro Social Urbano do Nordeste de Amaralina. Na Véspera do Dia das Crianças, ação semelhante foi realizada nos dois núcleos, envolvendo os alunos de cada local.

 Para participar do programa Natação em Rede na piscina da Bonocô, os alunos precisam estar matriculados em escolas públicas. Ainda neste equipamento, o programa atende, com aulas de natação, a mais de 70 meninos e meninas acompanhados pela Fundação da Criança e do Adolescente, responsável por coordenar a execução da política de atendimento ao adolescente envolvido em ato infracional. Há uma semana, houve inscrição para vagas residuais. Neste momento, técnicos da Sudesb fazem contato com inscritos para recebimento da documentação exigida no ato da matrícula.

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