segunda-feira, 4 de julho de 2011

Bando Anunciador


Texto e fotos/ Luiz Tito

Eram 07h30min da manhã desse domingo (03) de tempo nublado, as badaladas do sino da igreja da matriz, que tem como padroeira Nossa senhora Santana, já haviam ecoado para mais uma missa dominical, porém, os sons ensurdecedores dos fogos anunciavam a saída do cortejo do Bando Anunciador, que pelo quinto ano consecutivo resgata os festejos profano das festividades em homenagem a padroeira da Princesa do Sertão. Ao som de atabaques, pandeiros e agogôs, e ao ritmo da musica “A lavagem vem lá da Rua Nova, cheia de brejeiras e as velhas sem calçolas”, personalidades de diversos segmentos da sociedade feirense saíram em caminhada por algumas ruas da cidade, e o famoso beco da energia, onde as garotas de programas eram visitadas, não podiam sair do intinerario. A criatividade tomou conta do cortejo. De crianças a idosos, políticos, empresários advogados, jornalistas, jogadores de futebol, entre outros, a felicidade era uma só. Baianas, mascarados, homens da caverna, super heróis e até a Carmen Miranda se fizeram presentes. Roda de capoeira, samba de roda, pagode, gente bonita e a cerveja gelada deram um tom especial ao evento. A iniciativa de resgate desse acontecimento centenário surgiu na gestão do Reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana ( UEFS) José Carlos Barreto, que em parceria com a equipe do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA) , reuniu personalidade envolvidas com a cultura feirense e fez ressurgir das cinzas essa comemoração morta na década de 80. Vale ressaltar que as festividades profanas a Nossa Senhora Santana foram extintas na gestão do prefeito já falecido José Falcão da Silva, atendendo a um pedido do então Bispo Dom Silvério Albuquerque, que era totalmente contra ao manifesto popular.Para a empresaria e uma das organizadoras do corteja, Ozana Barreto, esse domingo é especial “ essa festividade também é sagrada, pois há cinco anos de existência, não há nenhum registro de ocorrências criminais, é só paz e amor, é o povo extravagando um grito de liberdade preso há anos, é a festa do negro, do pobre, do rico, do branco, sem distinção de classe social ou raça. estamos muito felizes”, disse. Com uma camisa Rubra Negra, co mo escudo do Flamengo, longe dos ternos e da formalidade que exige a sua função, para o reitor da UESF, José Carlos Barreto, o evento esta em uma crescente “a cada ano o cortejo esta maior, e melhor, sem violência e muita criatividade dos participantes, acredito que em 2012, iremos dobrar esses números. Isso é o regate da cidadania, isso é liberdade cultural”, disse.

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