sábado, 22 de outubro de 2011

Câmara Municipal celebra o Dia das Religiões de Matrizes Africanas


A Câmara Municipal de Feira de Santana realizou sessão solene na noite da última quinta-feira (20) para comemorar o Dia Municipal das Religiões de Matrizes Africanas. Esta data foi criada pelo Poder Legislativo feirense, em 2005, a partir de projeto apresentado pelo então vereador Renildo Brito. Os trabalhos da solenidade foram conduzidos pelo vereador Carlos Alberto Costa da Rocha – Frei Cal, presidente em exercício da Casa da Cidadania.
Os palestrantes da sessão foram: Marcos Valério de Freitas Caribé, coordenador de Dança e Atividades Corporais do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca); Elizete da Silva, doutora em História e professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e Pola Ribeiro, cineasta e diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa do Estado da Bahia (Irdeb).
Marcos Caribé relatou sua experiência de 30 anos no Candomblé, enfatizando a satisfação que sente por fazer parte de uma religião que “sabe receber” e onde se cultua promovendo festas. Ao utilizar a palavra, Pola Ribeiro, que dirigiu e produziu o filme Jardim das Folhas Sagradas, que entre outras temáticas trata das questões relativas ao Candomblé, evidenciou a sua experiência pessoal junto ao “Povo de Santo”, por conta da produção da película. Pola afirmou que diversas nações participaram diretamente da realização do Jardim das Folhas Sagradas e que durante este processo ele se sensibilizou muitas vezes com a forma como as demais religiões são respeitosamente tratadas e reconhecidas. O cineasta informou ainda que o filme durou cerca de 11 anos para ser concluído e que estará em cartaz na Bahia a partir do próximo dia 4 de novembro.
Última palestrante da sessão solene, a professora Elizete da Silva fez uma analise histórica das religiões de matrizes africanas no país. Inicialmente ela pontuou que essas manifestações chegaram ao Brasil no contexto colonial e diante da imposição do catolicismo que era a religião dos colonizadores. A professora também destacou que no período da República a liberdade religiosa não foi concedida as religiões de matrizes africanas e ao culto espírita, ao contrário do que houve com os protestantes. Na Bahia, por exemplo, somente na década de 70, do século passado, durante o governo de Roberto Santos, o candomblé deixou de ser um “caso de polícia”. Segundo Elizete Silva, apenas a partir daquele momento, passou a não ser mais exigida a “licença” para a realização de cultos e atividades das religiões afro brasileiras.
Antes de encerrar sua fala, a palestrante falou sobre essas manifestações em Feira de Santana: “memorialistas e historiadores oficiais desta cidade dizem que aqui não havia candomblé, mas isso é uma inverdade histórica”. De acordo com ela, pesquisas realizadas por professores e estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana mostram que na cidade sempre existiu “uma população negra trabalhando nas fazendas e promovendo suas manifestações religiosas”.
A sessão solene em comemoração ao Dia Municipal das Religiões de Matrizes Africana foi acompanhada pelo deputado estadual José Neto, juiz Walter Ribeiro da Costa Júnior,

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