sexta-feira, 4 de abril de 2014

A MPB na onda do lepo lepo.

Houve uma época em que a MPB – Música Popular Brasileira – era realmente popular e se fazia presente em todas as paradas de sucesso. Como dizem os mais jovens, estava bombando. Nesta mesma época surgiu o movimento tropicália, em meados da década de 60, capitaneados por Caetano Veloso e Gilberto Gil. Invadiram o Brasil, principalmente nos ambientes universitários, transformando o modo de ser dos jovens e passando a ser um estilo de vida. 

Este tipo de música possuía um estilo ambíguo que associava a brasilidade em suas letras, aos problemas políticos da época, causando entusiasmo e desconfiança. Eram musicas e letras compostas para os que possuíam, ao menos, uma cultura razoável. Sempre havia nestas canções uma dose de crítica ao atual sistema, mixado com romantismo. Não se pode deixar de citar as canções de Chico Buarque, que teve algumas delas censuradas pelo DCDP – Divisão de Censura de Diversões Públicas do Governo Militar e não menos censuradas as canções de “resistência” de Geraldo Vandré e Taiguara – Pra não dizer que não falei das flores. 

 Hoje vivemos a era do Lepo Lepo, Reboletion, Vou não, quero não, Toda Enfiada, Relaxe na Bica entre outras “desgraças” do mesmo nível, que não podem ser censuradas (?) e são as mais tocadas nas emissoras de rádio e as mais vendidas, talvez por ser o Brasil um país com pouco investimento em educação e cultura ostentando um índice alarmante de analfabetos e maior ainda: de analfabetos funcionais – aquele que escreve, lê, mas não entendem o que leu. Que pena dá ver a MPB que um dia já representou o Brasil até no exterior, através de nomes como: Milton Nascimento, Betânia, Caetano e Gil, cair de vez no esquecimento, no descaso; Sucumbiu à futilidade.

 Graças a Deus – e aí é que se prova que Ele é mesmo brasileiro – nós, nordestinos, ainda temos o forró para servir de inspiração e de bálsamos para nossos ouvidos. “O velho Luiz” se foi, mas ainda temos nomes como: Flávio José, Targino Gondim, Timbaúba, Cecé, Adelmário Coelho, Paulinho Jequié, entre tantos outros “monstros” deste segmento verdadeiramente musical. 

 O Lepo lepo, com certeza, é o “Tumulo da MPB”; é uma apologia ao mau gosto; um sinal de que, a cada dia que passa, o brasileiro se afunda ainda mais na falta de cultura. O senso crítico foi para o espaço, a MPB tomou no “pissirico” e os que ainda possuem uma réstia de bom gosto também.

Por Alberto Peixoto

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