quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Projeto Identidade traz para Bahia super-heróis personificados por modelos negros em fotografias digitais

Durante a Campus Party Bahia, o público poderá conferir a exposição Projeto Identidade, dos idealizadores Noemia Oliveira e Orlando Caldeira. A mostra, que é promovida pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), consiste em fotografias produzidas em um formato digital e moderno de super-heróis e personagens de filmes e cinemas encarnados por modelos negros, entre eles artistas bem conhecidos do público.

 O projeto conta com a participação de artistas como Milton Gonçalves, Ruth de Souza, Jorge Aragão, Sheron Menezzes, Juliana Alves, Lelezinha, Sergio Loroza, JP Rufino, Erika Januzza e Flávio Bauraqui. A proposta do projeto é levar para o público da Campus a importância da representatividade da cultura negra em produtos da cultura pop, hoje tão consumida por jovens e crianças através do cinema, com filmes da DC Comics e Marvel e histórias em quadrinhos.

 A exposição vem completa para Salvador com as 30 fotos somadas das duas edições com os fotógrafos Guilherme Silva, responsável pela primeira edição com 14 fotografias, e Faya, com a segunda edição com 16 fotos. Concebida em 2014 e executada pela primeira vez em 2015, as obras ficaram expostas durante um mês no Sesc Madureira, no Rio de Janeiro, com as fotos de Silva. Já em 2016, a exposição já maior com a adição das fotos de Faya foi levada para o Parque das Ruínas, no Rio de Janeiro.

 Além da produção das fotos e das exposições, a dupla ainda dá palestras em escolas falando sobre representatividade e como é importante a consciência de que o negro pode e deve ocupar os espaços que quiser. Também será trazido para a Campus Party Bahia um documentário com depoimentos dos participantes do projeto, que será exibido no painel da Noemia Oliveira no Espaço Multiuso no Stand do Governo do Estado, no dia 10 de agosto às 13h30.

 Assista ao trailer do projeto

 Segundo Noemia Oliveira, as fotos foram capturadas com modelos negros e escolhidas com as características negras acentuadas e mantidas nas fotografias. “Nada de afinar nariz no Photoshop ou fazer chapinha para ficar com o cabelo liso igual ao do personagem, quero o cabelo crespo da modelo no teto”, diz a curadora da exposição.

 Noemia Oliveira e Orlando Caldeira são atores e produziram e fizeram a curadoria da exposição. “A ideia surgiu justamente as experiências vividas por nós dois, quando diziam que não poderíamos viver tal personagem no palco, como um empresário. Não faz sentido nenhum”, coloca Oliveira.

“Nosso objetivo é causar uma mudança no olhar das pessoas negras, mudar o olhar do futuro e mostrar quais espaços essas pessoas podem ocupar. Elas podem ser quem elas quiserem”, completa a produtora.

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