terça-feira, 6 de junho de 2017

Transplantes renais do Hospital Ana Nery crescem 50% em 2017


Apenas nos primeiros meses de 2017, o número de transplantes de rins no Hospital Ana Nery (HAN), em Salvador, já chegou a 48 procedimentos, cerca de 50% a mais do que o mesmo período do ano passado. Este número coloca a instituição entre os dez maiores centros transplantadores do país. A projeção é que esse número continue crescendo e a unidade supere em 58% os transplantes de 2016, entre janeiro e dezembro. Hospital de referência para casos de alta complexidade nas áreas de cardiologia e nefrologia, o Ana Nery é também o único hospital da Bahia a realizar transplante renal pediátrico, e o único 100% SUS (Sistema único de Saúde) para esse tipo de procedimento no estado. Mais assistência e agilidade para os baianos que precisam do recurso.

 Segundo o diretor geral da unidade, Luiz Carlos Passos, nos últimos dois anos, este tipo de transplante tem crescido de forma expressiva por conta de ampliações internas e incentivo de conscientização. “Ampliamos a capacidade de atendimento do ambulatório de pré e pós transplantes em cerca de 20%, tomamos medidas de fortalecimento das equipes e da captação, com inúmeras reuniões. Estamos investindo no tratamento destas pessoas e, hoje, somos responsáveis por cerca de 60% dos transplantes renais feitos na Bahia. É com um empenho e satisfação muito grande que vemos esses números crescerem”, contou o diretor geral do HAN.

 Além da estrutura física do hospital, os pacientes que precisam de transplantes contam com equipe multidisciplinar preparada para atendê-los, como contou o coordenador de transplantes da unidade, o nefrologista Ricardo Mattoso. “Esse é um procedimento que, além dos especialistas em urologia, em nefrologia, contamos com equipes de enfermagem, psicologia, assistentes sociais, intensivistas, infectologistas. Profissionais que trabalham todos os dias para que os transplantes tenham sucesso”, contou o coordenador.

 Atenção integral 

 Os pacientes são encaminhados à unidade através de regulação, e passam por uma série de exames. Caso tenham indicação de transplante, são inscritos no Sistema Nacional de Transplantes para aguardar um doador ou, pode-se avaliar algum familiar que queira fazer a doação e, então realizar o procedimento. Isso significa que os pacientes são acompanhados antes e depois dos transplantes. Desde que foi implementada a realização de transplantes no Hospital Ana Nery, há oito anos, já são cerca de 500 pacientes transplantados que fazem o acompanhamento na unidade.

 Entre eles, a aposentada Aurora de Oliveira, que depois de pouco mais de dois anos esperando um possível doador, fez o transplante em 2011, e hoje passa por consultas de rotina no Ana Nery. “Eu recebi uma segunda chance, foi como renascer, porque mesmo não estando muito debilitada, a minha vida não era normal, mas agora é assim que me sinto, uma pessoa ‘normal’. Tenho todos os cuidados e sei que os cuidados agora são para sempre, mas me sinto muito feliz em poder contar com o Hospital Ana Nery, porque desde que eu cheguei aqui há mais de oito anos, eu sou atendida. Não sei como estaria minha vida se não tivesse encontrado esse hospital”, comemorou a aposentada. 

Importância das doações 

 Muitos outros pacientes aguardam na fila por uma doação compatível. É o caso do comerciário Manoel Vieira, que é atendido no Ana Nery desde 2015. Para ele, a esperança de que uma família entenda a importância da doação, é também a esperança de uma vida melhor no futuro. “É necessário que os familiares se conscientizem e permitam a doação. É um número muito grande de pessoas esperando e contando com isso para ter uma qualidade de vida melhor. Muitas vezes a falta de informação impede que isso aconteça. Então eu peço que as pessoas se informem, se conscientizem, e ajudem quem precisa”, falou o comerciário.

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