quarta-feira, 13 de junho de 2018

Trinta presos ganham oportunidade de trabalho na Saeb

Preso do regime semiaberto trabalha na Secretaria de Administração

Chance de recomeço para 30 presos do regime semiaberto, que passam a integrar o quadro de funcionários da Secretaria da Administração (Saeb) a partir desta quarta-feira (13). Com jornada de trabalho de oito horas diárias, os presos retornam para a unidade prisional ao fim do expediente. A iniciativa estimula a inserção dos apenados no mercado de trabalho, contribuindo para a ressocialização dos detentos e para a redução da reincidência criminal por meio de oportunidades de emprego.

 Para P.C., a oportunidade de trabalho representa o início de uma nova vida. “A gente sabe o preconceito que existe com quem cumpriu ou cumpre uma pena. Eu cometi um erro e estou me esforçando para encontrar um novo começo. Com muito trabalho e honestidade, eu espero superar esses obstáculos. O salário vai para a minha família e meus filhos. É uma sensação maravilhosa poder ajudar em casa de uma forma honesta e com o meu suor”, afirma.

 Parte do conjunto de ações do programa estadual Pacto Pela Vida, o projeto é realizado por meio da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) e do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA). Além da remição da pena em 1 dia para cada 3 dias trabalhados, o projeto eleva a autoestima do preso, visto que 75% do salário é destinado a sua família. Os outros 25% são depositados para a constituição do pecúlio, em caderneta de poupança, que será entregue ao condenado quando estiver em liberdade.

 De acordo com secretário da Seap, Nestor Duarte, o programa soma mais de mil internos estudando ou trabalhando em secretarias e órgãos do Estado. “Esse é um programa de vanguarda em todo o Brasil. Nós entendemos que ressocialização é o mais importante. São pessoas que cometeram crimes e estão privados de liberdade ou em regime semiaberto, mas que podem estudar e trabalhar. Estamos oferecendo profissionalização para essas pessoas, permitindo que elas possam adquirir conhecimentos que levarão consigo após o cumprimento da pena”.

 Acompanhamento

 O apenado recebe 75% do salário mínimo, nos termos do art. 29 da Lei de Execuções Penais, além do transporte e do auxílio alimentação. Durante todo o processo, ele é acompanhado por uma equipe multidisciplinar formada por assistentes sociais e psicólogos.

 “Fazemos uma avaliação interna a partir das aptidões e habilidade que esses internos possuem para aproveitá-los da melhor maneira possível. É um trabalho social muito importante e que certamente ajuda a preparar esses sujeitos para voltarem ao convívio social e recomporem sua vida”, explica a psicóloga Paloma Duarte.

Nenhum comentário: