A cena se passa na mesa de um bar. Um senhor pede um suco de laranja. O pedido é atendido e no copo há uma mosca. A partir daí, são diferentes as reações. Um cavalheiro inglês diz calmamente ao garçom: por favor, outro copo de suco. Bebe, paga e vai embora. Se for um francês, vê a mosca, faz um escândalo, esbraveja contra o garçom e retira-se indignado. O italiano apela para seu senso de humor e diz ao empregado: pedi algo de beber e você me trouxe o que comer. Retira a mosca, bebe e sai sem pagar.
AS REAÇÕES diferentes seguem. É a vez do alemão. Vê a mosca levanta o copo e sopra com força livrando-se da mosca. Se for um espanhol, ameaça jogar o copo, o suco e a mosca no rosto do garçom e diz que vai processar o estabelecimento. A cena é sempre a mesma, diferentes são as reações de cada um.
UMA PESQUISA revela que 10% das coisas que acontecem a cada dia não dependem de nós. Depende de nós como administramos os 90% das outras ações. Experiência não é aquilo que nos acontece, mas como reagimos diante daquilo que nos acontece. Alguém nos joga uma pedra. As reações poderão ser diversas. Podemos fazer da pedra uma arma para revidar e atacar o agressor. Podemos aproveitar a pedra para usá-la num alicerce, podemos guardá-la como recordação ou colocá-la na lixeira.
AS PESSOAS maduras agem, as imaturas reagem. As pessoas maduram seguem adiante, as imaturas promovem uma guerra. A pessoa madura preocupa-se consigo mesma, a imatura convence-se que o mundo está contra ela.
O EVANGELHO nos conta que os judeus quiseram jogar Jesus do alto de um rochedo, mas ele “passando entre eles seguiu o seu caminho” (Lc 4,30). Vivemos melhor ou pior de acordo com nossa maneira de pensar, de nos adaptar, de superar as contrariedades da vida. O tempo é precioso e não vale a pena desperdiçá-lo com fatos menores. Vale a pena sorrir e seguir o caminho.
NOSSAS mães nos ensinaram, quando crianças, que as facas devem ser seguradas pelo cabo, assim não correríamos o risco de nos ferir. Na vida, muitas pessoas insistem em pegar a faca pela lâmina, no lado do corte. A faca não é má, ruim pode ser nossa maneira de usá-la.
+ Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano
di.vianfs@ig.com.br
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