Todos sabem que já estive diretamente envolvido na luta política, por anos. Hoje, em meio às minhas atividades profissionais, que me tomam grande parte do tempo, não deixo de acompanhar a luta política em minha terra, e não quero me furtar de dar opinião, particularmente no que diz respeito à disputa do Senado. A Bahia tem uma dívida com Waldir Pires. Não é segredo para ninguém que em 1994 ele teve um mandato subtraído, vamos dizer assim, por mecanismos heterodoxos. E tem agora a chance de pagar essa dívida. O povo, tenho convicção, está desejoso disso. Resta que as forças que cercam o governador Jaques Wagner compreendam o sentimento de nossa gente.
Não creio ser necessário estender-me em demasia sobre o papel de Waldir em nossa história. São mais de 60 anos de atividade política incessante, de serviços prestados à Bahia e ao Brasil, numa impressionante trajetória de coerência, de ligação visceral e amorosa com a democracia, de compromissos profundos com a liberdade e a justiça social. Secretário do governo Régis Pacheco, com pouco mais de 20 anos, deputado estadual, deputado federal, consultor-geral da República, Waldir foi, junto com Darcy Ribeiro, o último a deixar o Palácio do Planalto quando do fatídico golpe de 1964.
Foi professor da Universidade Católica e um dos precursores da Universidade de Brasília. No exílio, enfrentado entre 1964 e 1970, foi professor da Universidade de Dijon na França. Volta ao Brasil, reorganiza a vida e retorna à Bahia, em 1979, para contribuir na reorganização da oposição, e em 1985 torna-se ministro da Previdência, por escolha de Tancredo Neves, que morre antes de assumir a Presidência da República, como se sabe. É eleito governador da Bahia, com uma diferença de mais 1,5 milhão de votos para outro candidato. É eleito novamente deputado federal na década de 90.
Em 1997, num gesto ousado, incorpora-se ao PT e ao projeto do presidente Lula, que ele acompanhava desde 1989. É chamado para assumir a Controladoria Geral da União, que é transformada em Ministério da Transparência. Foi nessa condição que ele deu aquilo que considero a maior contribuição recente à criação de uma nova cultura de combate à corrupção na história do País. Waldir tomou a peito idéia da transparência das contas públicas, e fez da CGU uma instituição de respeito mundial. Para fazer justiça, contou com a vontade política do presidente Lula, que enfrentou resistências dentro do próprio governo para levar à frente a constituição de uma instituição que não vacilasse no propósito de iluminar todos os recantos da administração pública.
A Bahia tem a chance, agora, de eleger o senador da ética. Não na visão do udenismo tardio, que impregna algumas cabeças da política brasileira, saudosas de um lacerdismo fora de moda. Mas uma ética moderna, contemporânea do nosso tempo. Waldir, como poucos, compreendeu que na sociedade em que vivemos, tão complexa, impõe-se o combate cotidiano à corrupção. Os governos, na visão dele, têm que avançar nos mecanismos de controle interno, sem contemplação. Não foi à toa que a ONU considerou a CGU um exemplo de instituição de combate à corrupção. E esta foi inegavelmente uma criação e consolidação de Waldir, para além da disposição do presidente Lula de apoiar o trabalho de seu ministro.
Waldir senador será a voz da Bahia e do Brasil na defesa da ética. Temos algum nome melhor para defender isso, para defender a democracia em seus aspectos substantivos?
Creio que não, sem desprezo por quaisquer dos outros nomes que possam surgir na disputa. Claro que Waldir vai além disso. Será um senador que defenderá os interesses da Bahia e do Brasil. Nunca será daqueles senadores silentes, avessos ao debate. Waldir é o tribuno por excelência. E não o tribuno de idéias vazias. Mas de projetos consistentes, que defendem um mundo justo para todos, um Brasil acolhedor para todos os seus filhos. Este o senador que queremos, que a Bahia quer. O PT, na moral, tem o dever de garantir-lhe a legenda para a disputa. Alea jacta est.
Não creio ser necessário estender-me em demasia sobre o papel de Waldir em nossa história. São mais de 60 anos de atividade política incessante, de serviços prestados à Bahia e ao Brasil, numa impressionante trajetória de coerência, de ligação visceral e amorosa com a democracia, de compromissos profundos com a liberdade e a justiça social. Secretário do governo Régis Pacheco, com pouco mais de 20 anos, deputado estadual, deputado federal, consultor-geral da República, Waldir foi, junto com Darcy Ribeiro, o último a deixar o Palácio do Planalto quando do fatídico golpe de 1964.
Foi professor da Universidade Católica e um dos precursores da Universidade de Brasília. No exílio, enfrentado entre 1964 e 1970, foi professor da Universidade de Dijon na França. Volta ao Brasil, reorganiza a vida e retorna à Bahia, em 1979, para contribuir na reorganização da oposição, e em 1985 torna-se ministro da Previdência, por escolha de Tancredo Neves, que morre antes de assumir a Presidência da República, como se sabe. É eleito governador da Bahia, com uma diferença de mais 1,5 milhão de votos para outro candidato. É eleito novamente deputado federal na década de 90.
Em 1997, num gesto ousado, incorpora-se ao PT e ao projeto do presidente Lula, que ele acompanhava desde 1989. É chamado para assumir a Controladoria Geral da União, que é transformada em Ministério da Transparência. Foi nessa condição que ele deu aquilo que considero a maior contribuição recente à criação de uma nova cultura de combate à corrupção na história do País. Waldir tomou a peito idéia da transparência das contas públicas, e fez da CGU uma instituição de respeito mundial. Para fazer justiça, contou com a vontade política do presidente Lula, que enfrentou resistências dentro do próprio governo para levar à frente a constituição de uma instituição que não vacilasse no propósito de iluminar todos os recantos da administração pública.
A Bahia tem a chance, agora, de eleger o senador da ética. Não na visão do udenismo tardio, que impregna algumas cabeças da política brasileira, saudosas de um lacerdismo fora de moda. Mas uma ética moderna, contemporânea do nosso tempo. Waldir, como poucos, compreendeu que na sociedade em que vivemos, tão complexa, impõe-se o combate cotidiano à corrupção. Os governos, na visão dele, têm que avançar nos mecanismos de controle interno, sem contemplação. Não foi à toa que a ONU considerou a CGU um exemplo de instituição de combate à corrupção. E esta foi inegavelmente uma criação e consolidação de Waldir, para além da disposição do presidente Lula de apoiar o trabalho de seu ministro.
Waldir senador será a voz da Bahia e do Brasil na defesa da ética. Temos algum nome melhor para defender isso, para defender a democracia em seus aspectos substantivos?
Creio que não, sem desprezo por quaisquer dos outros nomes que possam surgir na disputa. Claro que Waldir vai além disso. Será um senador que defenderá os interesses da Bahia e do Brasil. Nunca será daqueles senadores silentes, avessos ao debate. Waldir é o tribuno por excelência. E não o tribuno de idéias vazias. Mas de projetos consistentes, que defendem um mundo justo para todos, um Brasil acolhedor para todos os seus filhos. Este o senador que queremos, que a Bahia quer. O PT, na moral, tem o dever de garantir-lhe a legenda para a disputa. Alea jacta est.
Texto : Edson BarbosaJornalista, publicitário, ex-diretor da Bahiatursa.
Waldir senador será a voz da Bahia e do Brasil na defesa da ética. Temos algum nome melhor para defender isso, para defender a democracia em seus aspectos substantivos?
Publicado na coluna Opinião do Jornal Atarde / Pag. 02 em 23/04/2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário