O Governo da Bahia, por meio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), deu mais um importante passo para o combate da mortalidade infantil. Nesta terça-feira (30), o Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana, reativou o serviço de cirurgia cardíaca pediátrica.
De acordo com o secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, por ano, a demanda de urgência, emergência e procedimentos eletivos, em todo o estado, gira em torno de 400 cirurgias, tendo, em 2012, a fila alcançado 600 pacientes. “A reabertura desse serviço permite, simultaneamente, acelerar as cirurgias de recém-nascidos e crianças, reduzindo o tempo de espera, que, infelizmente, chegava a demorar meses, além de liberar leitos em outros hospitais que estão com pacientes internados, com longa permanência, por não conseguir realizar o procedimento cirúrgico”.
As duas primeiras cirurgias cardíacas do HEC foram realizadas marcando o primeiro mês de gestão da organização social Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil. A primeira beneficiada, de iniciais A.V.S.S, é uma paciente prematura de apenas 44 dias e um quilo. Foi realizada uma Ligadura de Canal Arterial e está internada na UTI Neonatal por causa da prematuridade extrema e da cardiopatia. As duas cirurgias foram bem-sucedidas e as crianças estão na UTI para cuidados intensivos.
Avanços
Este é o primeiro serviço de cirurgia cardíaca pediátrica fora da capital. Até o momento, o procedimento só era realizado nos Hospitais Ana Nery e Martagão Gesteira, localizados em Salvador. Inicialmente serão realizadas duas cirurgias, a cada 15 dias, ampliando progressivamente o número de procedimentos, para que ocorram até dez cirurgias por mês. O coordenador da Unidade de Cardiologia Clínica do HEC, Carlos Inácio Carneiro Dias, comemorou a retomada das cirurgias na unidade hospitalar. “A retomada deste serviço de Cirurgia Cardíaca Infantil no HEC demonstra a preocupação da unidade hospitalar em atender, da melhor forma possível, as crianças”, ressaltou.
Para o diretor de Assistência à Saúde (DAS), Cláudio Oliveira, a realização de cirurgias cardíacas demonstra o avanço no atendimento prestado pelo HEC à população baiana. “Fico muito contente em poder participar deste momento. A realização de cirurgia cardíaca no HEC vai acelerar consideravelmente o atendimento às crianças baianas que necessitam deste tipo de serviço”, afirmou.
A unidade de cardiologia clínica do HEC conta com diversos recursos diagnósticos, como Ecocardiografia e Angiotomografia, assistência pré e pós-operatória, enfermaria com oito leitos, além de 30 leitos de UTI e Semi-Intensiva, e uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, técnicos, psicólogo e assistente social.
Nova gestão
Desde o dia 1º de junho, a gestão do Hospital da Criança (HEC), em Feira de Santana, é realizada pela Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, organização social conhecida por administrar o Hospital Martagão Gesteira. O resultado que definiu a instituição foi publicado na edição do Diário Oficial da Bahia do dia 28 de maio.
Trata-se de um contrato emergencial, com vigência de até 180 dias, a fim de substituir a Fundação Professor Martiniano Fernandes (IMIP), que administrava a unidade hospitalar. Os motivos da substituição foram os indícios de irregularidades apontados nas visitas técnicas realizadas na unidade e, preliminarmente, pela auditoria que está em curso, cujo objetivo é realizar um encontro de contas. Entre eles, destacam-se o descumprimento de metas estabelecidas contratualmente, redução da oferta de serviços à população e falta de manutenção do patrimônio público sob sua responsabilidade. Com este contrato emergencial, a Sesab garante a continuidade dos serviços do HEC e a assistência à população de uma região que abrange 72 municípios, com cerca de 2,1 milhões de habitantes.
A Liga Álvaro Bahia terá que cumprir metas estabelecidas pela secretaria como realizar mais de 2,3 mil consultas médicas com Atenção Especializada e 229 cirurgias ambulatoriais especializadas. Registra-se que houve incremento dos procedimentos de cirurgias cardíacas e ortopédicas. O contrato de gestão anterior era de R$ 5,7 milhões e foi reduzido para até R$ 5 milhões, considerando que todas as metas estabelecidas sejam cumpridas.
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