segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Gilmar Mendes classifica Lava Jato como uma organização criminosa

O ministro do STF, Gilmar Mendes, voltou a criticar a operação Lava Jato e seus integrantes. Em entrevista ao ao jornal Correio Braziliense, divulgada neste domingo 04, o jurista disparou: “No fundo, é um jogo de compadres. É uma organização criminosa para investigar pessoas”.
Gilmar foi citado em um dos vazamentos de diálogos entre o coordenador da Operação Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, com outros membros dos MPF. Nas conversas, Dallagnol sugeriu e incentivou a investigação dos ministros do Supremo e de suas esposas. “Por que se queria investigar Toffoli ou a mim? Por que nós fizemos algo errado? Não, porque nós representávamos algum tipo de resistência às más práticas que se desenvolviam”, afirmou Gilmar.
O magistrado diz que faltou experiência por parte dos procuradores e que condutas de integrantes da Lava Jato evidenciam a existência de uma Orcrim. “Se a gente olhar os fatos, é um grupo de deslumbrados”, disse o ministro se referindo ao ministro da justiça Sérgio Moro e Dallagnol.
Gilmar destacou a importância que as informações expostas nas conversas vazadas pelo site The Intercept Brasil sejam explicadas não por quem as publicou, mas por quem as produziu. “O funcionário público tem que dar explicação sobre o conteúdo daquilo que ele produziu. Na verdade, isso não deveria ter existido. Não pode haver força-tarefa entre membros do Ministério Público e juiz”, disse.

Eleições e Lula

Para o ministro, a Lava Jato teve efeito direto nas eleições de 2018. Ele lembra que o sistema político todo foi afetado e os candidatos ligados à segurança pública lograram uma votação expressiva. “Eu acho que a operação Lava-Jato já levou por si só a afetar o sistema político, até muito antes da eleição, e, de certa forma, definiu quem poderia e quem não poderia ser candidato”, afirmou.
Já sobre Lula, Gilmar acredita que deve ser analisada com cautela. “É um contexto muito peculiar que tem que contemplar inclusive o fato de o ex-juiz, que condenou o ex-presidente Lula, depois ter aceito um convite para ser ministro do candidato adversário. Isso é um elemento que aparece inclusive nos questionamentos internacionais”, disse. As informações são da Carta Capital.

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