sexta-feira, 13 de abril de 2012

A orla de Salvador e a Copa 2014



Texto e fotos/ Alberto Peixoto

Segundo pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo em outubro de 2011, Salvador é a sexta cidade brasileira mais procurada por turistas estrangeiros, ficando atrás somente do Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Florianópolis, São Paulo e Búzios. Talvez por este motivo tenha sido uma das escolhidas para ser uma das anfitriãs da Copa do Mundo de 2014.

Por mais que se exija empenho do governo baiano na tentativa de melhorar a infraestrutura da capital da Bahia, não é suficiente para transformar Salvador de uma cidade decadente, desprezada, abandonada, violenta em uma Capital mais atraente e humanizada. A Copa do Mundo de 2014 traz a possibilidade de se mostrar ao mundo um polo modernizado de atrações para os turistas aproveitando as belezas naturais de suas praias, que são as mais belas da América do Sul, mas com certeza, isso não vai acontecer.


Antagônico a tudo isso se encontra praias abandonadas, sem infraestrutura ideal, cheias de lixos, esgotos sanitários, inseguras e abandonadas pela administração pública. As barracas que serviam aos banhistas foram demolidas e no lugar nada foi reconstruído. Esta atitude não só prejudicou os barraqueiros, como aos usuários destes serviços.

Se for tomada como exemplo a orla de Aracaju, pode-se constatar que uma moderna e mais adequada estrutura de barracas de praias, altamente padronizadas, foi eficientemente implantada. São do tipo tendas feitas de alvenaria, possibilitando aos turistas uma visão panorâmica de suas praias – veja galeria de fotos – com ciclovias, calçadão para caminhadas, estacionamento de fácil acesso, local reservado para deficientes e idosos, banheiros químicos, segurança e muita higiene.
Organizadas em diversos módulos com cinco barracas cada um, possibilita uma visão privilegiada de toda orla e também facilita o acesso dos clientes; com boa circulação em seu interior, principalmente pela disposição das mesas e cadeiras distribuídas em harmonia com os espaços utilizados pelos garçons, o consumidor goza do conforto necessário ao seu laser.
Para que todas estas mudanças surtissem os resultados desejados, todos os proprietários de barracas e sua equipe participaram, obrigatoriamente, de cursos de qualificação realizados pela Fundação Municipal do Trabalho – FUNDAT – além de uniformes padronizados possibilitando ao cliente um atendimento dentro das condições exigidas pela vigilância sanitária.



Segundo a coordenadora dos cursos da FUNDAT, Marta Rocha: “os barraqueiros também receberão além dos cursos profissionalizantes, noções de turismo, inglês e espanhol, técnicas de vendas, atendimento ao cliente, educação ambiental, higiene e manipulação de alimentos. Haverá a participação da Vigilância Sanitária na realização desses cursos para que as exigências de comercialização de produtos sejam atendidas e melhorem o trabalho de cada barraqueiro. Os que não permaneceram com as barracas na praia, também serão beneficiados com os cursos”.

Infelizmente o estado da Bahia comporta uma população com renda per capita muito baixa – a 19ª do país – e com pouca educação. O baiano está insatisfeito, mas recorrer a quem? Os poderes constituídos, pelo que se percebe, não tem o mínimo de interesse em resolver estes – nem os outros – problemas. Na realidade só temos uma certeza: em 2014 a Bahia vai fazer feio.

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