O escritor Pedro de Morais, juiz de Direito aposentado, é autor de um livro - "Lampião, Mata Sete "- em que assegura que o Rei do Cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, era homossexual, Maria Bonita era adúltera e a Expedita Ferreira não é filha legítima do cangaceiro mais famoso do Nordeste. O livro é tão polêmico que nem chegou a ser lançado em Aracaju, pois o juiz de Direito da 7a Vara Cível, Aldo Albuquerque de Melo, expediu uma liminar proibindo o tal lançamento e aplicando uma multa de R$ 20 mil, caso a decisão não fosse cumprida.
Mesmo assim, centenas de pessoas foram até a Livraria Escariz, no Shopping Jardins, em Aracaju, onde iria ocorrer o lançamento. O autor esteve lá, pediu desculpas aos convidados e anunciou que vai entrar com uma ação na Justiça para derrubar a liminar do colega. Ele disse que se baseou em estudos, pesquisou mais de 40 livros, ouviu dezenas de pessoas para chegar à conclusão sobre a masculinidade do Rei do Cangaço, assim como a vida adúltera de Maria Bonita.
A família de Lampião, a neta Vera Ferreira e sua mãe, Expedita Ferreira, que moram em Aracaju não querem falar sobre o assunto e contrataram o advogado Wilson Winner, que entrou com a ação na Justiça. Winner afirmou que não vai lutar para que o livro não chegue às livrarias, pois coloca em xeque a honra da família de Virgulino Ferreira.
Até mesmo representantes de entidades gays em Sergipe se revoltaram com a decisão do juiz Aldo Albuquerque, que impediu o lançamento do livro. "Ele está sendo preconceituoso e machista", disse o presidente da Associação em Defesa dos Homossexuais de Sergipe (Adhons), Marcelo Leite.
O juiz, por sua vez, afirmou que não se baseou na polêmica história se Lampião era gay ou não, mas ao fato de Pedro de Morais ter afirmado no livro que Expedita não era filha legítima do Rei do Cangaço. Para o magistrado, não há, sequer, um exame de DNA para comprovar a paternidade ou não de Lampião.
Texto: Antonio Garcia- Aracaju
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