sábado, 17 de janeiro de 2015

Deus Custa Caro

Por Alberto Peixoto


Sempre que eu passo em frente a um templo protestante, fico observando e admirando a ostentação que ali se instalou. Outrora, local de orações e de adoração a Deus, onde se agradeciam as graças concedidas por Ele. Atualmente, esses templos viraram uma casa comercial como outra qualquer.

 O dízimo e as ofertas - que deveriam ser um gesto espontâneo do fiel - destinados para manutenção da base de sustentação da igreja e das pastorais da paróquia, provocam nos pastores um prazer enorme em receber os 10% estipulado na Bíblia - na maioria das vezes até mais que isso - está tendo outro destino.

 A opulência encontrada nos templos evangélicos pegou a estrada e também foi parar na suntuosidade das mansões dos seus dirigentes. Verdadeiros palácios, dignos de Luiz XIV Rei da França!!! Tudo conseguido em nome de Deus eterno, que não cobra dos seus filhos nenhum pagamento em moeda, só em atitudes, amor ao próximo, dando água a quem tem sede, comida a quem tem fome e uma palavra que console os aflitos. Só que, na realidade, as coisas não são bem assim.

 A dias passados, li em uma destas revistas de grande circulação no País, que o “papa do protestantismo brasileiro” - que também deveria ser chamado de pastor cara-de-pau – e dono de um sofisticado grupo de comunicação, construiu uma mansão em Campos de Jordão, São Paulo, com uma área absurda, com teleférico, medindo a suíte do casal cerca de cem metros quadrados, com banheira de hidro-massagem possuindo capacidade para três casais, entre tantas outras mordomias. 

Deus, que deveria ser de graça, custa caro para estes “miseráveis”, pagadores de dízimos, embriagados pelo fanatismo - que muitas vezes é confundido com fé - inocentes e desprotegidos, sem senso critico e que sustentam estes monstros hediondos, sugadores do suor de irmãos que ganham seu dinheiro, de forma honesta, deixando até de se vestir dignamente, ter uma melhor alimentação para dar seu dinheiro a esses terroristas dos dias de hoje, que se auto-denominam de “pastor dos pobres”. 

Deus é de “graça” para todos, sem distinção. Medidas, urgentíssimas, devem ser tomadas contra esses caras-de-pau, que se dizem representantes do Criador, vendendo o seu nome e até a ilusão de um espaço no Céu para aqueles desprovidos de um melhor entendimento. Esta situação caótica, e por que não dizer tenebrosa, é o retrato da falta de cultura do povo deste País.

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