quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Apoiado pelo Fundo de Cultura, “A Luta do Século” estreia na Bahia

A luta do século

Exibido pela primeira vez na Bahia nesta quarta-feira (16), no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, o longa “A Luta do Século” fez o encerramento da programação cinematográfica do XII Panorama Internacional Coisa de Cinema. Dirigido pelo baiano Sérgio Machado, o filme foi exibido simultaneamente em três salas, por volta das 20h da noite. Antes da exibição, a produção e as estrelas do documentário cumprimentaram o público que lotou as salas. O baiano Reginaldo Holyfield e o pernambucano Luciano Todo Duro falaram sobre a satisfação e honra de apresentar o filme pela primeira vez na Bahia e deram uma pequena demonstração ao público da rivalidade que mantêm há mais de vinte anos.

 Com poucos minutos de exibição, o longa, que registra momentos da carreira e da rixa entre dois dos maiores ídolos do boxe brasileiro, arrancou gargalhadas da plateia, principalmente pelas famosas brigas e polêmicas nas quais se envolveram Holyfield e Todo Duro fora dos ringues. Mesmo conhecendo o resultado das lutas e principalmente daquela chamada de “A Luta do Século”, realizada no ano passado com vitória para Todo Duro, o público vibrou e torceu com cada cena exibida no cinema.

 Para Holyfield, apresentar o filme em casa, acompanhado de amigos, família e fãs, é motivo de orgulho e alegria. “Eu estou impressionado com a receptividade da Bahia, apesar de eu detestar esse pernambucano, o filme ficou muito bonito, já vi em outros lugares, mas assistir aqui na minha casa, do lado de gente que conhece a minha história no esporte, não tem preço”, contou.

 A luta do século

 A produção, que recebeu cerca de R$ 550 mil de incentivo do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA) levou o prêmio de Melhor Documentário no Festival do Rio 2016 em outubro e não deve parar por aí. Com uma programação extensa de exibições de “A Luta do Século”, o cineasta baiano e diretor do documentário, Sérgio Machado, acredita que incentivos como o do edital do Governo da Bahia ajudam a criar uma cultura cinematográfica. “Esse tipo de apoio é fundamental, sem ele não teria sido feito o filme, e é importante que ele permaneça. Para construirmos uma cinematografia é essencial que esse tipo de iniciativa continue”, contou o cineasta pouco antes da estreia.

 VII Panorama Coisa de Cinema 

 Sucesso de público, “A Luta do Século” encerrou as exibições de oito dias do XII Panorama Internacional Coisa de Cinema. A última noite do evento ainda teve espaço para a premiação dos longas-metragens e os curtas escolhidos pelo Júri Oficial nas competitivas Nacional, Baiana e Internacional, e apresentação da banda Funfun Dúdú. Integrando o calendário de eventos culturais do estado, o Panorama também recebe incentivo através dos editais de eventos calendarizados, que acontecem a cada três anos e incentivam a produção cultural com regularidade, garantindo a continuidade das ações.

 Foram mais de 140 filmes exibidos entre dos dias 9 e 16 de novembro, na capital e no interior, na cidade de Cachoeira Recôncavo Baiano. Para o cineasta e idealizador do Panorama, Cláudio Marques, a cada ano o evento fica maior. “Percebemos uma participação massiva do público baiano, tivemos muitas superlotações, e terminamos o evento com a impressão de que se tivéssemos o dobro de salas de exibição, elas estariam lotadas. Foi incrível ver a produção baiana muito pulsante, muito diversa e as pessoas estão interessadas em se ver, ver sua cidade, suas ruas, sua cultura representada na tela”, comemorou Cláudio Marques.

 A programação foi aprovada também pelo público, formado por curiosos, apaixonados pela sétima arte e muitos realizadores. Todo mundo prestigiando e conhecendo os trabalhos principalmente que os baianos têm realizado. Para a jornalista e cineasta Ceci Alves, o panorama funciona como uma vitrine para as produções locais e também para a formação de um público cada vez mais presente em eventos como o panorama. “O Panorama é um evento consolidado e, este ano especialmente, a produção baiana está mostrando seu vigor e suas propostas estéticas. Temos um número de filmes baianos grande, comparado com outras edições e com uma diversidade de temáticas, de propostas, de modelos de produção, que só demonstram o quanto o nosso cinema está se consolidando”, afirma.

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