quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Padres condenados por pedofilia são punidos pela Santa Sé
Após serem condenados pela Justiça de Alagoas pelo crime de pedofilia, os monsenhores Luiz Marques Barbosa e Raimundo Gomes e o padre Edílson Duarte também tiveram suas punições determinadas pela Santa Sé, em Roma. De acordo com nota divulgada pela Diocese de Penedo, os processos administrativos canônicos contra os religiosos foram instaurados logo depois de vir a público as denúncias de abusos sexuais, feitas por ex-coroinhas em março do ano passado e amplamente divulgadas em programas de TV do jornalista Roberto Cabrini.
Pela decisão da Justiça, Luiz Marques foi condenado a 21 anos de prisão e os párocos Raimundo e Edílson cumprirão pena de 16 anos e 4 meses, cada. A sentença foi proferida pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude de Arapiraca, João Luiz de Azevedo Lessa. As investigações do Ministério Público e Polícia Civil acusaram os religiosos de prometer vantagens econômicas às vítimas em troca de sexo.
Já o processo canônico contra o monsenhor Luiz Marques Barbosa, 83 anos, que aparece num vídeo tendo relações com um outro ex-coroinha, já foi concluído e ele já foi notificado da sua punição em 15 de dezembro. O monsenhor Raimundo Gomes Barbosa, 53 anos, e o padre Edílson Duarte, 45 anos, também já foram julgados pela Santa Sé, mas ainda não foram notificados. As penas da Igreja Católica só poderão ser divulgadas quando todos estiverem cientes das punições que lhes cabem.
Na nota, assinada pelo bispo diocesano Valério Breda, ele afirma que a igreja sente-se "profundamente acabrunhada" com a notícia da condenação judicial e compartilha "as expressões mais fortes e eloquentes do Santo Padre, o Papa Bento XVI, não escondendo 'desconcerto e vergonha' pelos 'crimes odiosos' perpetrados por clérigos, manifestando apoio irrestrito às vítimas dos abusos". Ele também exorta os padres e fiéis a não esquecerem "o bem realizado pela imensa maioria dos sacerdotes irrepreensíveis e abnegados e a não ceder a sentimentos de decepção e de indiferença", encerra a nota Dom Valério.
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