quinta-feira, 23 de março de 2017

Bahia busca reduzir amputações de diabéticos em 16 municípios


Mais de sete mil pacientes diabéticos de 16 municípios baianos participarão de um programa internacional desenvolvido pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (Cedeba), em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a World Diabetes Fundation (WDF). A iniciativa busca desenvolver ações de prevenção primária e evitar complicações macro vasculares até 2019 e também qualificar mais de 800 profissionais de saúde.

 O termo de compromisso para a implantação do programa, que terá um investimento de mais de R$1,5 milhão, foi assinado na quarta-feira (22), em cerimônia com a presença do secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, da diretora geral do Cedeba, Reine Chaves, e de representantes dos 16 municípios.

 “Entendemos que o caminho para a redução do diabetes passa pelo controle dos fatores de risco - obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada e o consumo de álcool. Já para os pacientes diagnosticados é importante garantir o acesso ao tratamento para evitar as complicações que reduzem a qualidade de vida do paciente - cegueira, amputações, doenças renais - e trazem problemas para a família, além de terem um custo muito alto”, afirmou o secretário, ao apontar os benefícios da iniciativa estadual.

 Entre os critérios de seleção dos municípios, destacam-se a necessidade de cobertura maior que 50% do Programa de Saúde da Família, cobertura de 100% do Programa de Agentes Comunitários de Saúde, população com grande vulnerabilidade social concentrada em áreas urbanas e a existência de uma rede de saúde que fortaleça a política de atenção ao diabetes. São eles - Rodelas, Abaré, Macururé, Chorrochó, Paulo Afonso, Glória, Santa Brígida, Pedro Alexandre, Jeremoabo, Cícero Dantas, Dias D’Ávila, Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Alagoinhas e Ribeira do Pombal.

 Reine Chaves disse que um projeto como este busca diminuir os indicadores de complicações por conta das diabetes. “Quando capacitamos os profissionais, eles atuam de melhor forma com o paciente diabético, indicando o tratamento correto com base em protocolos clínicos”. Ela ainda enfatizou ser possível reduzir internações quando o paciente é acompanhando de forma adequada.

 O treinamento dos profissionais começa no mês de maio próximo, em Salvador, e em julho, na regional de Paulo Afonso (Vale do São Francisco). É uma capacitação de cinco dias. Uma equipe do Cedeba também irá monitorar os profissionais para avaliar os resultados alcançados pelo projeto. Ao longo do tempo, a ideia é que haja expansão para outros municípios.

 Risco de amputação 

 Nos pacientes diabéticos, a incidência de ulceração é de 25%, em razão do pé diabético (definido como infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associados a alterações neurológicas e a vários graus de doença arterial periférica nos membros inferiores). E 85% das úlceras precedem as amputações, caracterizando importante problema de saúde pública.

 Uma das principais complicações do diabetes sem controle, o pé diabético responde por 40 a 60% das amputações não – traumáticas. Quando os pacientes diabéticos sofrem amputações são encaminhados para o Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação de Deficiências (Cepred), unidade da Sesab. A demanda por próteses no Cepred reflete o número de amputações tendo como causa o pé diabético.

Nenhum comentário: