Três policiais civis baianos são suspeitos de espancar e matar um jovem de 21 anos no interior da carceragem da Delegacia de Porto Seguro, na região sul da Bahia. O crime, que já está sendo investigado, ocorreu na noite do último sábado (14).
O juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Porto Seguro, André Marcelo Strogenski, expediu ontem (16) mandados de prisão preventiva contra os investigadores Otávio Garcia Gomes (43), Joaquim Pinto Neto (42) e Robertson Lino Gomes da Costa (44), suspeitos de espancar Ricardo Santos Dias. Atendido em uma unidade de saúde da região, Dias morreu devido aos ferimentos.
Também foi decretada a prisão preventiva do filho de Costa, Murilo Bouson de Souza Costa (22), suspeito de ter participado do espancamento de Dias. Ainda não localizados, os quatro homens são considerados foragidos da Justiça.
Acusado de assassinar um comerciante durante um assalto a uma loja no centro de Porto Seguro, na última quarta-feira (11), Ricardo Dias havia sido preso horas antes de ser espancado. Segundo a assessoria da Polícia Civil, Dias e mais três homens (sendo dois adolescentes) foram detidos em flagrante por tráfico de drogas e, no caso de Dias, também por porte ilegal de arma. Na Delegacia de Porto Seguro, os investigadores verificaram que Dias era acusado de ter matado o comerciante poucos dias antes. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, o outro homem preso junto com Dias também foi espancado, mas, socorrido, sobreviveu aos ferimentos.
O corregedor-geral da Secretaria de Segurança Pública, Nélson Gaspar, e a corregedora da Polícia Civil, delegada Iracema Silva de Jesus, seguiram ontem para Porto Seguro a fim de acompanhar as investigações, a cargo da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior, localizada na cidade de Eunápolis.
O delegado responsável pelo inquérito, Evy Paternostro, já ouviu testemunhas do crime e solicitou a realização de exames periciais. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública, câmeras de segurança da delegacia registraram o momento da entrada e da saída dos acusados no dia e no local do crime.
Além de responder a um inquérito criminal, os policiais também vão responder a um processo administrativo disciplinar, podendo ser demitidos da corporação.
O caso ocorre poucos dias após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ter classificado o sistema penal baiano de caótico e recomendado ao governo estadual a desativação das carceragens existentes em delegacias da região metropolitana de Salvador, além da transferência dos presos, inclusive os provisórios, para penitenciárias estaduais.
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