sexta-feira, 8 de junho de 2012

Feira de Santana e suas Praças-favelas



Por Alberto Peixoto

Pelas condições precárias em que se encontram as principais artérias de Feira de Santana, conclui-se que não há nenhum projeto de renovação urbana, visando recuperar as praças e vias públicas da “Cidade Princesa”. Observa-se que gradativamente começam a se instalar nas diversas praças da cidade, um conjunto de “favelões”, dando margem a que um farto comércio de objetos furtados e, em que muitas delas a disseminação do tráfico de drogas se torne um fato cotidiano.

Na realidade estes setores da cidade estão abandonados ou mal cuidados. Bancos quebrados, áreas de lazer escassas ou não existentes, árvores e plantas maltratadas, além das diversas barracas e barracões que foram instalados em quase todas as vias públicas, principalmente nas praças do centro, dando a elas o aspecto de um grande “favelaço” com muita sujeira e falta de manutenção, uma bagunça generalizada e nenhuma medida sendo adotada por quem de direito para reverter tal desmando. A falta de governança reina na “Cidade Princesa”.



Ultimamente nenhuma reforma ou trabalho de manutenção foi ou vem sendo executado, principalmente nas praças dos bairros mais humildes que chegam a ter aspecto de floresta, em pleno ambiente urbano. O mato tomou conta das dependências e, por vezes, servem de pasto para bovinos e equinos. Consideremos que as praças públicas existem para desempenhar relevante papel em prol da comunidade, proporcionando o lazer e o bem estar dos moradores, o que se tem visto em Feira de Santana é exatamente o contrário, pois todas elas estão em situação que impossibilitam seu uso pela população, negando-lhes o direito a estes benefícios.

A Praça da Republica, uma das principais, se encontra em total abandono, para não dizer “petição de miséria”. Localizada ao final do “feiraguay”, além de mal cuidada, por lá impera a insegurança diuturnamente. Enquanto isso os “Gestores Públicos Feirenses”, observam, indiferentes, a dilapidação do patrimônio público, enquanto o povo que paga seus impostos, geralmente, enfrentando dificuldades e fazendo sacrifícios, mais uma vez fica sem o retorno desejado. Já no final da Praça Presidente Médice (Feiraguay), principalmente, na confluência com a Praça da República, a área virou terra de ninguém com suas favelas e a chamada “feira do roubo”, enquanto o trânsito gera um grande tumulto, por total falta de orientação por parte dos agentes públicos, que são parecidos com a linha do equador, ou seja, sabe-se que existem (?) mas ninguém os vê, e, como não poderia ser diferente, a distribuição de drogas rola solta; oficinas mecânicas se utilizam das calçadas para prestarem seus serviços, por fim, o bingo ou jogo de bicho correndo solto, em uma das barracas da já tradicional favela.
Outro exemplo do descaso com o patrimônio público, por parte dos ditos governantes, é que o abrigo, que existiu até bem pouco tempo e que fez parte – muito importante - da história da cidade, na Praça D. Pedro, também conhecida como Praça do Nordestino, se acha atualmente transformado em uma loja especializada em confecções, apagando a memória e história da cidade, que por descuido foi para o “espaço”. O referido abrigo era uma homenagem aos nordestinos que por aqui passavam. Hoje o que se pode ver neste local são barracas sujas, sem nenhuma padronização e bancos de madeira improvisados, o patrimônio público deixado a própria sorte.

Outra verdadeira mostra do abandono da cidade são os “coretos” das Praças Eduardo Fróes da Mota e Bernardino Bahia que se encontram em visível declínio. A Praça Padre Ovídio podemos até dizer que já não existe mais, devido a quantidade de mato que cresce entre as pedras portuguesas em toda a sua extensão, sem contar o “famoso favelaço” que toma conta da cidade e tendo como fiel expectador as ruínas da antiga “Santa Casa de Misericórdia”, visitada em 1859 por D Pedro II – em 1956, com a construção do Hospital D. Pedro, passou a funcionar o Batalhão da Polícia Militar e logo em seguida o Palácio do Menor.

Escritor Alberto Peixoto

Para generalizar a bagunça que se instalou indefinidamente em Feira de Santana, conta-se também com a ajuda dos “pseudos cidadãos” – na realidade vândalos inconsequentes - que não medem sacrifícios para depredar os bancos das praças, árvores, parques infantis, depósito coletivo para lixos, lâmpadas da iluminação pública, passeios e tudo que lhes fica à frente. Sem falar, que não achando suficiente estes danos, picharm e destroem monumentos públicos e as paredes de todo tipo de estabelecimento particular. Estas ocorrências traduzem a falta de segurança e fiscalização na cidade.

Feira de Santana merece ser administrada por um gestor público moderno e empreendedor. Apto a buscar um novo modelo de Administração Pública, sempre procurando analisar sua gestão por um balanço do que já foi feito e pelo que poderia ser implantado; avaliando os aspectos de eficiência, eficácia e efetividade da sua equipe, procurando analisar os resultados finais que darão destaque às condições básicas da sua administração gerencial, que deve ser fundamentada nos resultados alcançados com as técnicas operacionais utilizadas, sempre visando o rigor esperado na gestão em benefício da sociedade. Resumindo: menos politicagem e mais compromisso com a população, seja ela eleitoreira ou não.

Este ano, agora no segundo semestre, deve acontecer uma rápida e ilusória maquiagem por toda cidade, o que não resolve nada, pois é ano de eleições, mas o povo precisa lembrar que depois do voto dado, eleitos novo prefeito e edis, os compromissos, normalmente são esquecidos. Segundo os institutos de pesquisas o índice de votos nulos deverá aumentar consideravelmente.

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