sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

BRIGA DE COMADRES

Houve uma briga entre duas comadres e em função disso a inimizade se estabeleceu. As duas nem se cumprimentavam. Com o tempo, dona Luiza chegou á conclusão de que essa atitude era infantil e não servia para nenhuma das duas e, por isso, resolveu tentar a reconciliação.

 UMA SEMANA depois, encontrou a comadre, Maria Eduarda. Cumprimentou-a e disse: estamos nessa desavença há anos, sem nenhum motivo grave. Quem sabe, a partir de hoje façamos a paz e vivamos como duas boas e velhas amigas. Vou pensar no caso respondeu ela, e darei a resposta nos próximos dias.

 PARTINDO de dona Luiza, pensou ela, coisa boa não deve ser. Qual será o golpe que ela prepara? Mas ela não me engana. Chegando em casa, Maria Eduarda preparou uma cesta de presentes, cobrindo-a com um lindo papel, mas encheu-a com esterco de gado. Mandou a empregada levar o presente, com uma dedicatória: “aceito sua proposta de amizade e para selar nosso compromisso, envio este maravilhoso presente”. Dona Luiza, naturalmente, não gostou, mas não se exaltou. Era evidente que a comadre preferia a guerra. 

 ALUGNS meses depois foi a vez de dona Luiza presentear sua comadre. Enviou a ela uma caprichada cesta. Desconfiada, Maria Eduarda pensou em jogar tudo no lixo, mas a curiosidade venceu e ela abriu a caixa. Lá estava um vaso com lindas rosas, acompanhado de uma dedicatória: ofereço estas rosas como sinal de nossa amizade; foram cultivadas com o adubo que você me enviou!

 A SABEDORIA popular ensina que somente podemos dar aquilo que possuímos. É no coração que se originam as coisas boas e más. É ainda o coração que tem a possibilidade de profanar as melhores coisas e transformar as coisas negativas. Uma arma nunca é mortal. Ela se torna mortal quando alimentada pelo ódio. Uma bomba nas mãos de São Francisco não ofereceria nenhum perigo, mas um coração irado pode até agredir com um ramo de flores.

 SE PAGAMOS o mal com o mal, estamos pagando com a mesma moeda e receberemos nesta moeda. Se pagamos o mal com o bem, estaremos figurando entre os discípulos do Mestre. Somente o bem é capaz de vencer o mal. Perdoar é zerar o mal. E quando fazemos isso, a paz infinita descerá sobre nós. O perdão cura, alivia e salva. Perdoar é a maior recompensa que podemos dar a nós mesmos. A mágoa, mais que ao inimigo, prejudica a nós mesmos. Com a certeza que você quer viver sempre em paz consigo mesmo, com os outros e com Deus, desejo um Feliz Natal.

                                                            + Itamar Vian
                                                      Arcebispo Metropolitano
                                                           di.vianfs@ig.com.br

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