segunda-feira, 4 de junho de 2012

Especialistas defendem uso de bicicletas como meio de transporte em Feira


Discutir a cidade a Mobilidade Urbana, através de novas ideias e conceitos, foi a proposta do II Seminário Estatuto das Cidades, promovido pelo mandato do vereador Angelo Almeida (PT). O evento aconteceu na noite desta sexta-feira (01), no teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas e reuniu cerca de 300 pessoas


O arquiteto e urbanista, Nelson Yamaga, apresentou um breve estudo sobre a cidade, e sugeriu caminhos para que Feira de Santana ordene o seu desenvolvimento de forma sustentável. O mais importante deles é o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, que deve estar alinhado ao Estatuto das Cidades. “O Estatuto das Cidades prevê 30 instrumentos de desenvolvimento urbano, e o PDDU deve contempla-los”, disse.

Nelson Yamaga apresentou ainda dados sobre o crescimento da frota veicular de Feira de Santana nos últimos dez anos. De acordo com ele, o número de carros dobrou no período, já o de motocicletas aumentou em cerca de cinco vezes. “Nós, cidadãos, temos que ser proativos. Situações como essa devem ser debatidas e resolvidas através da cobrança e iniciativa popular. Se a cidade cresceu a esse ponto, ela precisa estar preparada para evitarmos uma situação de caos. O uso de bicicletas e transportes de massa eficientes devem ser analisados”, defendeu.


De acordo com ela, para se começar a pensar em mobilidade urbana, deve se considerar a restrição do número de carros e, em contrapartida, apresentou a bicicleta como um meio de transporte benéfico para a cidade. “De acordo com um estudo, a cada quilometro percorrido de bicicleta o município ganha R$ 0,70; enquanto de carro, a cidade perde R$ 0,30”, alertou. Os índices considerados vão desde os custos com estruturação de tráfego, até saúde púbica.
A jornalista apresentou sete ideias, que, de acordo com ela, torna possível que as cidades sejam feitas para pessoas. A sinalização é uma delas. “Feira de Santana é semelhante a cidade de São Paulo em relação à sinalização, já que ela é voltada apenas para quem está dentro dos carros. Essas placas precisam dialogar com todos, independente de estarem andando, usando transporte público ou bicicleta. Ao mesmo tempo que incentiva, a iniciativa proporciona mais segurança e agilidade para aquelas pessoas que não optam pelo carro”. E alertou: “Mobilidade de veículos é diferente de mobilidade de pessoas. Precisamos pensar na mobilidade das pessoas, em primeiro lugar”.
Natália Garcia também ressaltou a importância do PDDU. “É importante que a cidade saiba crescer. É importante que a população se engaje e exija o Plano Diretor e pense como cada setor da cidade vai se desenvolver” .


O vereador Angelo Almeida fez uma avaliação positiva do evento. “Tivemos aqui a oportunidade de debater com a comunidade, formas de conviver com a cidade de forma mais direta, ocupando seus espaços, que devem atender as nossas necessidades. E isso, só depende de nós, enquanto cidadãos. É a mudança de comportamento social que vai instigar e exigir dos agentes públicos, a cidade que queremos.”, afirmou o vereador.
O deputado estadual, Zé Neto (PT), e o federal, Josias Gomes (PT), participaram do evento. Presentes também a presidente da Associação de Estudantes Secundaristas, Eslane da Paixão; o dirigente do Movimento de Luta nos Bairros, Jader Dourado; o presidente do Conselho da Criança e do Adolescente, Pablo Roberto, a representante do Movimento de Organização de Mulheres em Defesa da Cidadania (MONDEC), Ivannide Santa Bárbara; Cironaldo Santos, representante do Instituto Pensar Feira, além de representantes da sociedade civil organizada e movimentos sociais.

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