quarta-feira, 22 de abril de 2015

A alegria básica do Zero

Por  João  Batista Cruz
Jornalista  da Secretaria de Comunicação  de Feira   de Santana.

Até antes da mercantilização, a crítica na camisa do Zero Hora era uma das marcas do bloco, originalmente formado por jornalistas e convidados – depois por convidados e convidados – e no ano passado faliu. Neste ano a agremiação se propõe voltar às origens: prioridade para a categoria. Mas perdeu parte da sua essência: a sua acidez na frase de efeito que estampa a camisa-fantasia. Mais básico não poderia ser. Quando jornalista vira notícia tem alguma coisa errada. Deixou de ser satírico. Se afastou da polêmica e perdeu parte da sua essência. 


O que vinha na estampa era aguardado com muita curiosidade e expectativa. O governante de plantão sempre tomava uma cacetada. Era gozado. Virava motivo de piada. Em um momento da história política onde o que não falta é motivo para zombaria, o Zero vai para a rua com alegria e disposição pela retomada, mas falta algo na sua camisa: a irreverência. A estampa é daquelas que, de tão sem graça, não vale a pena guardá-la como lembrança. No mais é deixar a decepção de lado e cair na folia com força, empurrado por uma fanfarra e movido a cerveja gelada – quase tudo como antes. Os velhos tempos estão voltando. E que no próximo ano traga a sua marca na camisa. Os foliões agradecerão.

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