sexta-feira, 30 de maio de 2014

E lá se foi o Cine Iris


Por Alberto Peixoto

Os prédios antigos onde está inserido parte da história de Feira de Santana se encontram grande parte em ruínas e alguns já podemos considerar como escombros por falta de preservação, como o prédio da antiga “Santa Casa de Misericórdia”, que foi visitada em 1859 por D Pedro II e em 1956, com a construção do Hospital D. Pedro, passou a funcionar o Batalhão da Polícia Militar e logo em seguida o Palácio dos Menores.

 Outras vítimas do descaso e da falta de responsabilidade dos gestores da Cidade Princesa são: os prédios das Filarmônicas 25 de Março e Vitória, do Montepio dos Artistas Feirenses, do casarão onde residia a família do escritor Fernando Ramos e a casa da família Portugal, situada nas imediações do bairro Tanque da Nação.

A este descaso sórdido pode-se incluir também, a venda da casa do ex-prefeito e deputado Francisco Pinto, a demolição da casa onde residiu o ex-deputado Oscar Marques que também era conhecida como ”casa da torre”, na Avenida Sr dos Passos, entre tantos outros prédios antigos que remontam o passado e contam a história de Feira de Santana.

 “É fundamental fazer o resgate da história de nossa cidade e, ao mesmo tempo, dar continuidade a ela, para que esse patrimônio não pereça e os jovens do futuro possam ter idéia de como era a Feira de Santana do Passado”, opina a professora de história Rose Alves.

 A estátua em homenagem ao Padre Ovídio Alves de São Boaventura, nascido em Feira de Santana no dia 23 de julho de 1842, fundador do Asilo Nossa Senhora de Lourdes, atual Colégio Padre Ovídio e do Montepio dos Artistas Feirenses, encontra-se em total abandono, precisando de reparos em toda sua estrutura. Uma lástima!


E lá se foi o Cine Iris que não poderia ficar de fora desta ciranda irresponsável. Inaugurado no dia 31 de março de 1946, prédio que há um bom tempo já se encontrava em ruínas, foi demolido em 24 de abril de 2013, deixando em seu lugar a saudade dos 50 anos em que foi uma das principais casas de diversão da cidade – já não funcionava mais. Com isso, Feira de Santana está se tornando uma cidade sem memória; um caos para a cultura e para a arte, dois segmentos que, pelo jeito que são tratados, não fazem parte do dicionário dos gestores municipais. Fazendo companhia ao cinema, foi-se também o abrigo “O Nordestino,” um referencial aos que vinham de outros estados do nordeste brasileiro.

 Por outro lado, o “suposto” crescimento de Feira de Santana, realizado pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho, com a construção dos viadutos cortando a Avenida Eduardo Fróes da Mota, impossibilitou a duplicação das pistas nos trechos próximos a estas obras devido o sentido errado em que eles foram edificados.

 Chega-se à conclusão, de que com todos estes atos irresponsáveis, em Feira de Santana tudo é feito com um elevado nível de irresponsabilidade. Nas próximas eleições tem-se a oportunidade de se dar o troco.

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